Intervenção judicial no Corinthians? Os 25 motivos apontados por Promotor que sugeriu medida ao MP

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  • João Felippe França

19 de nov, 2025, 10:12

Em meio a um turbilhão de caos fora de campo, o Corinthians entrou mais uma vez na mira do Ministério Público de São Paulo (MP-SP).

À frente da investigação no órgão sobre o uso de cartões corporativos pelos ex-presidentes Andrés Sanchez e Duilio Monteiro Alves, o Promotor Cassio Roberto Conserino enviou à Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social uma representação sugerindo intervenção judicial no clube.

A informação foi revelada pelo portal ge e confirmada pela ESPN.

São listados 25 motivos que justificariam, na análise do Promotor, a necessidade de instauração de inquérito ou ação civil pública.

Veja abaixo os pontos apontados por Cassio Roberto Conserino:

  1. Laudos de auditores externos com apontamentos de irregularidades; ⁠

  2. O Corinthians é patrimônio cultural, cuja proteção é competência do Ministério Público; ⁠

  3. Denúncia oferecida e recebida em face do ex-presidente Augusto Melo, dentre outros, por associação criminosa e lavagem de capitais; ⁠

  4. Denúncia oferecida em face do ex-presidente Andres Sanches e então gerente financeiro da atual gestão, Roberto Gavioli, por apropriação indevida e lavagem de capitais;

  5. ⁠Investigações em face de outros ex-presidentes em tramitação;

  6. ⁠Investigação na Delegacia de Polícia de Repressão aos Direitos de Intolerância Esportiva de volumoso desvio de material esportivo por dirigentes da atual gestão;

  7. Sistema de compliance inoperante;

  8. ⁠A assinatura por ex-presidente e por gerente financeiro, que também atua na gestão atual, de confissões de dívidas então extintas por prescrição;

  9. ⁠Regime Centralizado de Execuções não cumprido e não homologado, contendo inclusive contratos lesivos ao clube;

  10. ⁠Pedido de intervenção judicial formulado por credor nos autos do Regime Centralizado de Execuções;

  11. Gestão temerária ao assumir a terceira maior folha de pagamento do país;

  12. ⁠Notas supostamente frias emitidas pelo Oliveira Minimercado, citada como empresa de fachada, tendo como único cliente o Corinthians, cujos valores saíram dos cofres do clube;

  13. ⁠Boletins de ocorrência informando supressão de documentos de dentro do clube;

  14. ⁠Indícios da presença de crime organizado consubstanciado no pagamento de comissões da VAIDEBET a empresa supostamente ligada ao crime organizado;

  15. ⁠Atletas profissionais instalados em apartamento de propriedade do “Alemão” (José Carlos Gonçalves), suposto integrante de organização criminosa;

  16. ⁠Postos de gasolina supostamente ligados ao crime organizado licenciados com a marca Corinthians;

  17. ⁠Recibo de pagamento pelo Corinthians a ex-assessor parlamentar do ex-presidente André Sanchez, alvo de investigação ministerial, ligado a facção criminosa envolvendo uso de cooperativas de transporte urbano em São Paulo;

  18. Inobservância do estatuto para o impeachment de Augusto Melo, cuja entrega das atas do atual Conselho Deliberativo foi sonegada, a despeito de ordem judicial;

  19. ⁠Uso de cartão corporativo por ex-dirigentes, mesmo após final dos seus mandatos;

  20. ⁠Endividamento impagável, segundo laudos de profissionais externos independentes;

  21. ⁠Ameaça a testemunha perpetrada por investigado no caso do desvio de materiais esportivos, então integrante da atual gestão;

  22. Transfer Ban da Fifa em valores milionários por falta de pagamento de atletas;

  23. ⁠Práticas de atos que podem caracterizar gestão temerária dentro da entidade desportiva;

  24. ⁠Desorganização institucional da gestão financeira, com omissão dos órgãos deliberativos e de controle;

  25. ⁠Outras dezenas de outras possíveis irregularidades envolvendo contratos duvidosos, TV Corinthians, contratação de jogadores de base, licenciamento de marcas com pagamento de royalties insignificantes ao clube, contratos com cláusulas leoninas, relação com empresas de fachada ou fantasmas sob investigação do Ministério Público.

Por ter atuação na área criminal do Ministério Público, a sugestão de Cassio Roberto Conserino foi encaminhada a uma promotoria da esfera cível do órgão e está sob análise.

Como a ESPN publicou nesta quarta-feira, a Justiça de São Paulo rejeitou a proposta do Corinthians para o pagamento de suas dívidas dentro do Regime de Centralização de Execuções (RCE). A decisão determina que o clube direcione 20% de suas receitas para arcar com seus débitos, conforme manda a lei e de acordo com o que os credores pedem.

O tribunal deu mais 10 dias para o Corinthians informar se está de acordo com a execução de um novo plano com as mudanças determinadas na decisão. Se discordar, o processo será extinto e os valores penhorados serão devolvidos aos processos originais.

Além disso, as execuções voltarão, o que pode bloquear as contas do clube várias vezes novamente.

Por fim, o tribunal deu mais 60 dias ao Corinthians para estender o prazo de suspensão das execuções individuais, a contar da publicação da decisão, e não mais 180 dias como havia pedido o clube.

Próximos jogos do Corinthians:

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