Intel projeta impacto positivo do ReData para vendas ao Brasil

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A Intel avalia que o ReData, novo regime especial para data centers no Brasil, pode ampliar a demanda por processadores, acelerar a modernização da infraestrutura digital do país e impactar positivamente seus resultados por aqui. O programa, criado pela Medida Provisória nº 1.307/2025, foi classificado pela empresa como positivo para viabilizar a entrada de tecnologias avançadas no mercado nacional.

“Iniciativas como essa, de redução de impostos para produtos de alta complexidade, são muito positivas. Se houver mais importação de produtos Intel para o Brasil, isso também nos beneficia”, afirmou Fabiano Sabatini, diretor de alianças e líder de Edge AI da Intel na América Latina. Ele concedeu entrevista durante a Futurecom 2025.

Segundo o executivo, o Brasil já vem se destacando como destino para instalação de data centers por conta de sua matriz energética limpa, e os incentivos fiscais podem reforçar essa posição.

“O que não é possível produzir aqui, precisamos trazer de fora. Mas é importante também fortalecer a cadeia nacional e a soberania digital sempre que for viável”, completou. A Intel, no entanto, não planeja produção local, mas intensificar a produção fora da Ásia.

Nova fase com foco em fabricação para terceiros

A Intel passa por uma reestruturação global com duas frentes principais: a divisão de produtos e a nova estratégia de fabricação de chips para terceiros, modelo conhecido como foundry. Para viabilizar essa expansão industrial, a empresa recebeu aportes do governo dos Estados Unidos, da NVIDIA e do SoftBank.

“Estamos investindo em novas fábricas nos Estados Unidos, Europa e Ásia para produzir chips de alta densidade não só para a Intel, mas para toda a indústria”, disse Sabatini. “AWS, Google, Microsoft e Apple são exemplos de empresas que desenham seus próprios chips e precisam de parceiros para fabricar.”

O objetivo da Intel é ampliar a oferta global de semicondutores, reduzindo a concentração produtiva na Ásia, que hoje responde por mais de 80% do volume mundial. Segundo Sabatini, a pandemia reforçou a necessidade de diversificar geograficamente a produção de chips.

Chips híbridos com NVIDIA e impacto no Brasil

Um dos anúncios recentes é a parceria com a NVIDIA para o desenvolvimento de chips com CPU e GPU integradas no mesmo encapsulamento. Essa arquitetura será utilizada em produtos voltados tanto a data centers quanto ao consumidor final.

“Estamos unindo o melhor da CPU da Intel com a GPU da NVIDIA. Isso reduz latência e melhora a eficiência energética dos sistemas”, explicou. No Brasil, os lançamentos globais chegam ao mercado com pouca defasagem, garante. “Assim que lançamos um processador, ele já pode ser adquirido aqui, dependendo da estratégia dos fabricantes de hardware e software”, afirmou.

A velocidade de importação tem efeito sobre a demanda de data centers. O executivo observou, no entanto, que muitas negociações de grandes volumes ocorrem fora do país, mesmo quando a implementação é local, como nos casos de hiperscalers.

“A venda pode ser feita globalmente, mas os equipamentos são implantados no Brasil. Mesmo assim, o país é cada vez mais visto como estratégico por conta do seu perfil energético e da demanda crescente por infraestrutura digital”, concluiu. Confira, acima, a íntegra da entrevista do executivo ao Tele.Síntese.

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