IA, empreendedorismo e regulação: a tríade que pode reinventar o Brasil no cenário global

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iaRodolfo Fücher, da Abes. Foto: Divulgação (editada com inteligência artificial)

Ao olhar para o horizonte de 2030, o Brasil se depara com uma oportunidade singular: consolidar-se como epicentro da inovação tecnológica na América Latina. O desafio está em transformar potencial em realidade — e, nesse movimento, inteligência artificial (IA), empreendedorismo e regulação equilibrada formam a tríade capaz de reinventar o País no cenário global.

Hoje, o Brasil já ocupa a 10ª posição no ranking mundial de tecnologia e é o maior mercado da região. Em 2024, os investimentos nacionais em TIC ultrapassaram US$ 58 bilhões, com previsão de crescimento próximo a 10% em 2025, acima da média global. Dentro desse total, software e serviços representam mais da metade, revelando a força de uma economia cada vez mais digital. O setor de software brasileiro já emprega mais de 260 mil profissionais e movimenta R$ 103 bilhões por ano, consolidando-se como motor da transformação.

O Plano Brasil Digital 2030+ surge como estratégia de Estado para acelerar esse caminho. Estruturado em eixos como infraestrutura de conectividade, inclusão digital, capacitação tecnológica e ambiente regulatório, o plano busca alinhar governo, empresas e sociedade civil em torno de metas comuns. Essa governança colaborativa é essencial para garantir que inovação e crescimento caminhem de forma coordenada.

Três vetores se destacam como alavancas para que o País alcance um patamar comparável ao Vale do Silício:

  • Inteligência artificial – já presente em grandes empresas brasileiras, mas ainda carente de maior expansão regulatória e capacitação em setores estratégicos como saúde, mineração e energia.
  • Empreendedorismo – fortalecido pela criação de hubs de inovação que integrem startups, universidades, centros de pesquisa e grandes companhias, gerando produtos e soluções de impacto global.
  • Regulação – com marcos equilibrados que assegurem segurança jurídica, estimulem investimentos e ao mesmo tempo promovam inclusão digital e sustentabilidade.

Para transformar essa ambição em realidade até 2030, quatro prioridades se impõem:

  1. Convergir o plano nacional com as estratégias empresariais, alinhando o Brasil Digital 2030+ a investimentos privados.
  2. Fortalecer polos regionais de tecnologia, descentralizando a inovação e reduzindo desigualdades.
  3. Avançar em governo digital, oferecendo eficiência e estimulando a confiança da sociedade.
  4. Promover formação e inclusão digital, preparando milhões de brasileiros para a economia baseada em dados e IA.

O Brasil tem talento, diversidade cultural e peso econômico para se tornar protagonista. O que falta é transformar promessas em ação coordenada, sustentável e inclusiva. Se tivermos a coragem de avançar, chegaremos a 2030 não apenas como o maior mercado de software da América Latina, mas como o verdadeiro Vale do Silício Latino-Americano: inovador, competitivo e globalmente relevante.

* Sobre o autor – Rodolfo Fücher é vice-presidente do Conselho da Associação Brasileira das Empresas de Software (ABES)

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