IA eleva demanda por redes de alta capacidade, prevê Capella, da Ciena

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A demanda por tráfego de dados cresce entre dois dígitos ao ano no Brasil, o que pressiona a ampliação da infraestrutura óptica e a eficiência dos investimentos em conectividade. A avaliação é de Fernando Capella, diretor-geral da Ciena no Brasil, que vê na inteligência artificial (IA) e na interconexão de data centers os principais vetores de expansão do mercado de alta capacidade.

“A demanda por tráfego cresce 25% ao ano. Ela dobra entre três e quatro anos, e isso impulsiona a necessidade de investimento e expansão da capacidade de rede”, observou Capella, em entrevista ao Tele.Síntese. Segundo ele, o desafio é que o aumento da demanda não acompanha o crescimento das receitas das operadoras. “Os operadores precisam vencer isso para manter a rentabilidade”.

Capella explicou que a IA é um fator adicional de pressão sobre a infraestrutura óptica. O treinamento de modelos de linguagem exige volumes crescentes de dados e processamento distribuído, o que amplia a necessidade de conectividade entre data centers. “Você não consegue viabilizar o treinamento em um só data center. É preciso distribuir o processamento, e daí vem a necessidade de interligar esses centros com alta capacidade”, destacou.

Ele afirmou que essa sincronização constante entre bases de dados impacta diretamente o custo das operações. “Quanto mais tempo levo para sincronizar as bases, mais tempo fico com GPUs ociosas. Isso é custo. Por isso, cresce a demanda por centenas de pares de fibras e por tecnologias com maior capacidade.”

O executivo observa que esta realidade que afeta o perfil de clientes da Ciena, que está se ampliando. “O mercado de data centers está puxando a demanda por conectividade, mas os operadores continuam sendo os principais clientes, pois são eles que viabilizam a interconexão e o acesso”, disse. Segundo Capella, a digitalização empresarial e a adoção de agentes de IA especializados também tendem a multiplicar as conexões entre data centers e empresas.

Sobre o ReData, medida provisória que cria regime fiscal especial para data centers, Capella avalia que o programa pode ampliar investimentos no setor. “O interesse do governo é trazer mais investimentos, e a conectividade está intrinsecamente ligada ao desenvolvimento da IA. Sem conectividade, o data center fica isolado.” Ele acredita que, a depender do projeto, soluções de rede empregadas em data centers poderão se beneficiar do novo regime.

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