Homem detido por incitamento ao ódio depois de oferecer 100 mil euros a troco da morte de jornalista

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De&nbspDiana Rosa Rodrigues&nbsp&&nbspEuronews

Publicado a 21/10/2025 - 17:46 GMT+2

A Polícia Judiciária confirmou esta terça-feira a detenção de um cidadão luso-brasileiro por suspeitas de crime de incitamento ao ódio.

Em comunicado, a PJ explica que o homem está “fortemente indiciado por ter difundido nas redes sociais uma publicação na qual incita à violência contra um grupo de pessoas de nacionalidade estrangeira”.

Em causa está uma publicação na rede social X na qual incita "ao massacre" de grupo de cidadãos brasileiros e ainda oferece um "bónus" pela morte de uma jornalista da mesma nacionalidade.

“Nessa publicação, o suspeito oferece como recompensa um apartamento no centro de Lisboa a quem realizasse um massacre e exterminasse determinados cidadãos estrangeiros e um bónus adicional de 100 mil euros a quem atentasse contra a vida de uma jornalista brasileira que trabalha em Portugal”, informou o comunicado da polícia.

A jornalista em causa é Stefani Costa, que, além da mensagem de incitamento ao ódio deixada nas redes sociais, também terá recebido mensagens e fotografias deste homem, identificado como Bruno Silva, nas quais este se mostra a segurar armas. Os casos foram denunciados à justiça, com a jornalista a apresentar queixa no Ministério Público.

“Não é a primeira vez que recebo ameaças de morte; já aconteceu várias vezes. Inclusive, já fui agredida na rua por um eleitor do Chega, apenas por ser brasileira”, declarou em setembro a jornalista ao Opera Mundi, órgão de comunicação para o qual trabalha.

As ameaças, realizadas em setembro, aconteceram depois da PJ ter detido outro homem que nas redes sociais disse oferecer “500 euros por cada cabeça de brasileiro decapitado”.

Em relação ao homem detido esta terça-feira, a PJ reforça como a publicação em causa "tornou-se viral, com enorme repercussão e alarme social, afetando gravemente o sentimento de tranquilidade, de segurança e da paz pública, gerando a indignação e o repúdio em vários quadrantes".

As autoridades portuguesas confirmaram que o detido tem "antecedentes policiais por crimes de discriminação e incitamento ao ódio e à violência" e explicaram que foram "apreendidos vastos elementos de prova relativos ao seu radicalismo ideológico".

Nas redes sociais, nomeadamente no X, é possível ver várias publicações de cariz racista e comentários de apologia neonazi por parte do suspeito.

Bruno Silva será presente a um juiz na quarta-feira para aplicação das medidas de coação.

Crimes de incitamento ao ódio e violência aumentaram mais de 200% em Portugal

Em Portugal, os crimes de discriminação e incitamento ao ódio e à violência aumentaram mais de 200 por cento durante os últimos cinco anos.

Em 2024, de acordo com os números das Estatísticas da Justiça, da responsabilidade da Direção-geral da Política de Justiça, órgão que reúne dados de todas as polícias, foram registados mais de 420 crimes de incitamento ao ódio e à violência no país.

Em 2020, as forças de segurança tinham registado pouco mais de 130 crimes de discriminação e incitamento ao ódio e à violência no país.

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