Galípolo: “Lula pediu uma solução não paliativa, para o crédito imobiliário”

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O governo federal lançou nesta sexta-feira (10) um novo modelo de crédito imobiliário que promete ampliar o acesso da classe média ao financiamento da casa própria, reduzir os juros e fortalecer a estabilidade financeira.

A iniciativa, apresentada pelo presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, em São Paulo, combina recursos da poupança e de mercado em uma proposta que, segundo ele, atende ao pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por uma “mudança estrutural, não paliativa” no sistema habitacional.

“Desde o primeiro momento, o presidente Lula disse: ‘Eu não quero uma solução paliativa, eu quero uma mudança estrutural, uma solução definitiva’. Esse foi o pedido do presidente Lula para toda a equipe”, afirmou Galípolo durante o evento.

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Destravar o crédito

A proposta permite que os bancos usem parte dos depósitos da poupança em conjunto com recursos de mercado, ampliando o volume de crédito disponível sem que isso gere pressão sobre as taxas de juros. O novo formato também busca corrigir um desequilíbrio histórico: a dependência de recursos com liquidez imediata para financiar empréstimos de longo prazo.

“Hoje tem uma proposta para a gente conseguir utilizar e fazer o primeiro passo dessa transição, utilizando os recursos de poupança, mas a trabalho dele resolvendo e endereçando vários problemas estruturais”, explicou o presidente do BC.

Segundo ele, ao liberar parte dos recursos da poupança para aplicações mais líquidas e financiar o setor imobiliário com dinheiro de mercado, o país ganha em estabilidade e eficiência monetária.

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“A gente pode conviver com mais crédito para as pessoas, com mais estabilidade e poder controlar a inflação com uma taxa de juros mais baixa”, completou.

Juros menores

O novo modelo tem como público-alvo famílias com renda entre R$ 12 mil e R$ 20 mil, faixa que hoje enfrenta maior dificuldade para financiar imóveis. A Caixa Econômica Federal prevê financiar 80 mil moradias até 2026, com juros limitados a 12% ao ano e teto de R$ 2,25 milhões para os financiamentos dentro do Sistema Financeiro de Habitação (SFH).

Galípolo destacou que o crédito imobiliário brasileiro depende fortemente da poupança, cuja remuneração é inferior à de outros produtos financeiros, o que reduz sua atratividade.

“Conforme as pessoas vão tendo acesso a mais produtos e educação financeira, é normal que a atratividade da poupança vá caindo. Essa limitação da fonte de recursos tem gerado uma tendência de queda do crédito imobiliário”, afirmou.

Testes em 2026

A expectativa é que o novo modelo seja testado em 2026, utilizando até 5% dos depósitos da poupança, antes da implantação definitiva prevista para 2027. Durante essa fase piloto, o Banco Central e o Ministério da Fazenda avaliarão os impactos sobre o sistema financeiro e o custo do crédito.

O setor da construção civil avalia a medida como uma oportunidade de reativar o mercado imobiliário e impulsionar o investimento em um momento de desaceleração do crédito.

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