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O fluxo de capital estrangeiro para a Bolsa brasileira ganhou força em setembro. Até a última sexta-feira (26), os investidores de fora haviam aportado R$ 4,8 bilhões no mercado acionário local no mês, segundo levantamento do Itaú BBA. Apenas na semana passada, o saldo líquido foi de R$ 2,9 bilhões.
A entrada líquida em setembro ultrapassada com folga os R$ 1,2 bilhão de agosto, e é o segundo mês positivo após saída de R$ 6,4 bilhões em julho. O montante deste mês, no entanto, ainda fica atrás dos R$ 5,4 bilhões de aplicações de junho e bem aquém dos R$ 10,6 bilhões vistos em maio. No acumulado do ano até aqui, o montante positivo chega a R$ 26 bilhões.
O movimento do investidor estrangeiro contrasta com a postura dos investidores institucionais domésticos, que venderam R$ 1,9 bilhão em ações na última semana. Já os fundos de ações seguem no campo negativo: em setembro, houve resgate líquido de R$ 2 bilhões, enquanto os fundos multimercado registraram saídas de R$ 1,9 bilhão. No ano, os fluxos são ainda mais expressivos, com retiradas de R$ 41,4 bilhões dos fundos de ações e de R$ 69,7 bilhões dos multimercados.
A alta líquida nos aportes estrangeiros na Bolsa acompanha a valorização do real no período, apoiando a tese de que parte da apreciação do câmbio tem a ver com fluxo. Em setembro até sexta, o dólar desvalorizou cerca de 1,5%. Especialistas, no entanto, dizem que esse montante de entrada, olhando para o universo de investidores globais, ainda é tímido.
Desempenho
Na ponta setorial, grandes companhias lideraram o desempenho na última semana, com destaque para petróleo e gás, bens de capital e transporte, e em especial a Eletrobras (ELET6), responsável por quase 19% da alta do Ibovespa até a semana passada. Por outro lado, papéis de saúde, financeiras não bancárias e consumo/varejo ficaram entre as principais quedas.
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O Itaú BBA também aponta que carteiras defensivas, como ações ligadas a estabilidade de fluxo de caixa, empresas com perfil de “bond proxies” (que oferecem rendimento previsível e regular) e baixa volatilidade, foram as que mais se valorizaram. Já papéis de alto risco, do agro e empresas com maior concentração de shorts tiveram desempenho inferior.