Flamengo rebate Palmeiras, São Paulo e clubes da Série A em lista de 'fatos e fakes' sobre disputa com a Libra

há 1 semana 2
ANUNCIE AQUI
  • ESPN.com.br

1 de out, 2025, 13:49

O Flamengo entrou em rota de colisão com a Libra após a decisão do clube de ir à Justiça e conseguir uma liminar no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro para bloquear um repasse de R$ 77 milhões oriundos dos 30% da renda fixa referente à audiência de TV fechada e aberta, além do pay-per-view.

A decisão colocou o Rubro-Negro contra os outros times que formam o bloco comercial.

Entre as manifestações contrárias à ação do clube da Gávea, a mais forte foi a do Palmeiras. Durante entrevista à TV Record, Leila Pereira, presidente do clube paulista, chegou a sugerir que fosse fundada outra liga para que o Flamengo “pudesse jogar sozinho”.

Nesta quarta-feira, o clube emitiu um comunicado elencando pontos que classificou como 'fatos e fakes' a respeito do tema.

“O Flamengo entrou na Libra porque quis e porque acredita numa liga. O clube quer um acordo, não impõe nada a ninguém e nem pode aceitar imposição. A questão gira em torno dos critérios para a divisão da verba de 30% das receitas de transmissão de TV”, citou o clube carioca.

“A Libra botou em votação 6 cenários para a divisão. O Estatuto determina que a solução tem que ser por unanimidade. Flamengo e outros clubes votaram em cenários diferentes. Não houve consenso, o Flamengo entrou na Justiça porque a verba estava sendo paga segundo a divisão não aprovada por todos os clubes”.

Veja abaixo os pontos citados pelo Flamengo:

  • É falso que o Flamengo não queira participar de uma Liga. Se fosse o caso, não teria ingressado na Libra.

  • É falso que o Flamengo esteja buscando uma “virada de mesa”. O Clube respeita os contratos — basta consultar todas as atas de reuniões para comprovar.

  • É falso que o Flamengo negue ter assinado contrato e queira reverter suas condições, mudando a regra do jogo. A convocação da Assembleia Geral da Libra em maio de 2025 é clara: convoca para a votação e aprovação de cenários relativos à audiência na venda dos direitos de transmissão.

  • É falso que o Flamengo esteja pleiteando receber de volta R$ 100 milhões.

  • É falso que tenha sido acordada qualquer definição de percentuais de audiência. O Estatuto é omisso nesse ponto. Por isso, a assembleia geral da Libra teve que deliberar sobre a lacuna existente no estatuto. Não houve uma conclusão. O Flamengo votou contra a opinião dos demais clubes. Mesmo assim, a Globo pagou as parcelas, segundo o cenário proposto pela Libra, o que é ilegal, pois fere a unanimidade do Estatuto.

FATO

  • O Flamengo está cumprindo o Estatuto. Acontece que o Estatuto precisa ser complementado. Do Estatuto não constam os percentuais de audiência dentro dos 30% destinados a essa fatia na divisão dos direitos de transmissão — justamente o ponto que precisa ser regulamentado.

  • O Flamengo sempre buscou diálogo. A Liga apresentou cinco opções de cenários e o Flamengo acrescentou mais uma. Após a assembleia de agosto, o Flamengo procurou três clubes para negociar. Nos encontros, o Flamengo reiterou a proposta de se ter um cenário alternativo para 2025 (cenário 4) e discutir um critério para os anos de 2026 a 2029. Nenhum clube aceitou discutir nada, mantendo postura irredutível.

  • O Flamengo sempre esteve aberto a acordo, mas nem a Libra nem os clubes apresentaram qualquer contraproposta em qualquer momento, desde fevereiro de 2025.

  • Não há qualquer documento que comprove a definição dos percentuais de audiência.

  • O Estatuto tem uma regra de transição que assegura, a todos os clubes, receber um valor mínimo garantido nos anos de 2025 a 2029, equivalente à quantia recebida em 2023 corrigido pelo IPCA. Se esta regra do Estatuto tivesse sido respeitada em 2025 o Flamengo receberia R$ R$ 321.181.432 nesse ano.

  • Ao considerar como válida uma aprovação irregular (sem unanimidade) e distribuir recursos sem respaldo estatutário, (pagamentos feitos pela Globo) a Libra age de forma ilegal.

play

1:33

Com brilho de Rossi, Flamengo bate o Estudiantes e se classifica para as semifinais da Libertadores; veja todos os pênaltis

Rubro-negro perdeu por 1 a 0 em La Plata, mas se classificou nos pênaltis

O clube carioca não concorda com o modelo adotado pela Libra para medir audiência e, bloqueou através de ação judicial, a segunda parcela referente ao pagamento desse critério, responsável por 30% da renda fixa do contrato da entidade com a Globo, assinado em março de 2024, para venda dos direitos de transmissão da Série A do Campeonato Brasileiro de 2025 até 2029.

O montante arrecadado com os direitos de transmissão da Libra é distribuído entre seus clubes a partir de regra aprovada em Assembleia Geral da entidade: 40% igualitário, 30% performance e 30% audiência.

A Libra entende que a medida do Flamengo “não condiz com sua situação financeira”, uma vez que o Rubro-Negro teria direito a uma fatia dos R$ 77 milhões que não mudaria o cenário da equipe, mas é importante para equipes de menor expressão que fazem parte da entidade.

Os times que compõe a Libra são: Atlético-MG, Bahia, Flamengo, Grêmio, Palmeiras, Red Bull Bragantino, São Paulo, Santos, Vitória; Paysandu, Remo; ABC, Guarani; Sampaio Corrêa.

Por que o Flamengo tomou essa medida?

A ESPN apurou que a insatisfação do Flamengo com o contrato com a Libra começou no início deste ano, a partir do início da gestão de Luiz Eduardo Baptista, o BAP, que ocupou a vaga de Rodolfo Landim, ex-presidente do time carioca e um dos principais líderes da organização nos últimos anos.

Desde o início do ano, BAP se mostrou contrário ao pagamento deste repasse. Com isso, nos últimos meses, os demais times da Libra tentaram chegar a um acordo com o time carioca, mas sem sucesso. Até que o Flamengo entrou com um processo no TJ-RJ e conseguiu uma liminar para impedir que os rivais tivessem acesso ao dinheiro.

Procurado pela ESPN, o Flamengo disse “não ter o que comentar”, mas ressaltou que “entrou com o pedido, ganhou e vai seguir com o curso da ação na Justiça”.

Leia abaixo a nota oficial da Libra:

A Libra repudia a decisão unilateral e repentina da atual gestão do Flamengo, que moveu ação judicial contra o conjunto de clubes do qual faz parte, bloqueando repasses financeiros consagrados em contrato e desgastando a harmonia do grupo ao questionar acordos já pacificados.

O clube alega prejuízo dentro de um contrato bilionário, o que não condiz com sua situação financeira. A medida extrema confirma uma postura que privilegia o interesse particular de curto prazo, quando na verdade os verdadeiros prejudicados são os times que contam com esse dinheiro para seu fluxo de caixa, pagamento de contas e salários.

A Libra sempre se dedicou a atender aos interesses dos associados, incluindo questionamentos do Flamengo em relação ao modelo vigente.

Mesmo se tratando de um tema debatido exaustivamente no passado, o assunto voltou à pauta e foi submetido à vontade democrática de todos os membros, que votaram pela manutenção do formato atual. A instituição não poupará esforços para defender na justiça a legitimidade das decisões coletivas e o cumprimento dos contratos.

A entidade, junto com seus clubes, visa proteger os interesses da ampla maioria dos clubes que acreditam na construção conjunta, no respeito aos acordos e no fortalecimento do futebol brasileiro.

Ressalta, ainda, que a discordância e o necessário enfrentamento legal são direcionados exclusivamente à conduta da atual gestão do clube rubro-negro, que insiste em não respeitar compromissos assumidos e contratos assinados pela instituição Clube de Regatas do Flamengo, preservando o respeito da entidade pela história e pela torcida de seu clube associado.

Ler artigo completo