Flamengo e Palmeiras gritam pelo protagonismo e dão recado em tarde catártica no Maracanã

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PJ Godoy

19 de out, 2025, 18:59

Todos os caminhos levam ao Maracanã. Flamengo e Palmeiras fizeram do Rio de Janeiro o destino comum do que há de melhor na temporada do futebol sul-americano neste domingo (19). Em jogo de cinco gols, o Rubro-Negro bateu o Alviverde e encostou na liderança do Brasileirão, mas o recado foi muito além da briga pelo topo da tabela.

Sob um dilúvio atípico para as tardes cariocas, a capital fluminense viveu um dia raro de 'decisão' em um torneio de pontos corridos, ainda que sequer defina o primeiro a vencer a corrida.

Antes mesmo de a bola rolar, a disputa já se fazia presente nos arredores do estádio. Torcedores do interior paulista, da Bahia, de Roraima, Minas Gerais e até de Marrocos desembarcavam no Jornalista Mário Filho para assistir seus times de coração, alguns deles pela primeira vez.

Com a rivalidade aflorada, o Batalhão Especializado em Policiamento em Estádios (Bepe) do Rio de Janeiro mobilizou quase mil policiais para garantir a segurança de ir e vir ao estádio, mas a briga mesmo era em campo.

Nas arquibancadas, o frisson se dividia. De um lado, flamenguistas cantavam suas glórias, empurravam a equipe e provocavam o s rivais, que devolviam com orgulho de suas cores e menções ao título da Libertadores sobre o próprio Rubro-Negro, há quatro anos.

Por falar no torneio continental, um dos protagonistas daquela decisão também foi lembrado. Ex-Flamengo, Andreas Pereira não foi poupado pela torcida da casa, que enlouqueceu aos 10 minutos do primeiro tempo, quando Arrascaeta abriu o placar em passe de Pedro.

A resposta palmeirense, com Vitor Roque 14 minutos depois, deu fôlego e ânimo para o lado alviverde, que por alguns minutos se deleitou sobre o silêncio dos anfitriões.

Quando Pedro sofreu pênalti na reta final da primeira etapa, o vento voltou a soprar para o lado vermelho e preto. Jorginho converteu e arrebatou o grito do Maracanã, que foi abaixo com outro gol, desta vez pelos pés de Pedro, antes do fim do primeiro tempo.

O intervalo da partida veio acompanhado de um dilúvio atípico para a tarde carioca, mas até ele se curvou quando as equipes retornaram para a etapa final.

No segundo tempo, o duelo de ataques deu lugar a uma disputa incansável por espaço, onde cada pedaço de chão valia latifúndio. Nessa esteira, o Flamengo manteve a dominância e sacramentou o triunfo.

O resultado mantém um tabu de dez anos do alviverde paulista sem vencer o Rubro-Negro no Maracanã, mas o desfecho da partida, abrilhantada pela festa de duas das maiores torcidas do país no mesmo endereço, ultrapassa qualquer batalha pelos três pontos.

Se o campo fala, na tarde deste domingo ele gritou pelo protagonismo de flamenguistas e palmeirenses no futebol. Um barulho que ecoa até o último suspiro pela América do Sul e que colore até uma tarde nublada na Cidade Maravilhosa.