Fé e tradição marcam 38ª edição do Concurso de Ornamentação de Embarcações do Círio Fluvial

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A 38ª edição do Concurso de Ornamentação de Embarcações do Círio Fluvial – Prêmio Carlos Rocque – foi realizada na manhã deste sábado (11), durante as festividades do Círio de Nazaré. O evento, promovido pelo governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Turismo (Setur), reuniu centenas de embarcações que acompanharam a Romaria Fluvial, uma das mais tradicionais manifestações de fé da quadra nazarena.

O navio Garnier Sampaio, da Marinha do Brasil, conduziu a imagem peregrina de Nossa Senhora de Nazaré pelas águas da Baía do Guajará, em um percurso de cerca de 18 quilômetros – aproximadamente 10 milhas náuticas – que ligou o novo Terminal Hidroviário Turístico de Icoaraci à Escadinha da Estação das Docas, em Belém.

O secretário de Turismo do Pará, Eduardo Costa, ressaltou a importância cultural e identitária da romaria fluvial. “Faz parte da identidade do povo paraense, é a cultura, é a tradição que vem à tona e o orgulho de ser paraense. Em um momento de alta estação turística no Estado, quando os hotéis estão com ocupação máxima, temos a oportunidade de mostrar nossas riquezas, gastronomia, cultura e hospitalidade”, destacou o titular da Setur.

As avaliações das embarcações foram realizadas por um corpo de cinco jurados: o especialista em arte sacra Max Santos; o presidente da ABAV-PA, Alex Flávio; a designer de interiores e proprietária da Donna J, Débora Goldenberg; a professora do curso de Turismo da UFPA, Alessandra Arnund; e a turismóloga, cerimonialista e mestre de cerimônias, Luciana Mendes.

Para a jurada Luciana Mendes, a experiência foi marcante. “A experiência de participar como jurada no concurso das embarcações da Romaria Fluvial foi única na minha vida! Foi a minha primeira vez e foi muito emocionante. Mesmo não sendo católica, eu respeito e admiro tudo o que o Círio representa para a população paraense. Além disso, sou turismóloga, e é inegável toda a relevância turística do evento. Havia embarcações de diferentes portes e tipos, com uma enorme variedade de ornamentação e públicos expressivos. Sou muito grata à Setur pela oportunidade e feliz por vivenciar de perto toda a energia desse momento!”, afirmou.

O presidente da ABAV-PA, Alex Flávio, também destacou a singularidade da Romaria Fluvial. “A romaria fluvial é, sem dúvida, uma das mais marcantes do Círio. Quando falamos em Amazônia, pensamos automaticamente em floresta e rios — e essa romaria está exatamente nesse contexto. Conseguimos mostrar ao visitante a imensidão dos nossos rios e florestas em uma procissão de fé. Participar de uma romaria na água é mais uma das muitas experiências únicas que o turista só vive no Círio de Nazaré”, enfatizou.

Regulamento e categorias

Criado em 1986 pelo jornalista Carlos Rocque, então presidente da Companhia Paraense de Turismo (Paratur), o Círio Fluvial nasceu com o objetivo de homenagear a Rainha da Amazônia e, ao mesmo tempo, fomentar o turismo religioso no Pará. Desde então, a romaria tornou-se uma das expressões mais marcantes da fé paraense, consolidando-se como a quinta mais antiga do circuito de romarias do Círio.

O Prêmio Carlos Rocque reconhece e valoriza o trabalho de ornamentação das embarcações e o esforço de seus proprietários e decoradores, que colaboram para a beleza e grandiosidade do Círio Fluvial.

Os jurados avaliaram quesitos como ornamentação religiosa, postura da tripulação, cumprimento do horário, trajeto do cortejo, segurança da navegação e obediência às normas da Capitania dos Portos, atribuindo notas de 1 a 10 em cada item.

As embarcações concorrem em duas categorias: “Embarcações Regionais” que inclui cascos de madeira ou aço com dois ou três conveses, geralmente utilizados no transporte de passageiros em redes pelas localidades amazônicas; e “Outros Tipos de Embarcações” composta por ferry boats, balsas, empurradores, iates, lanchas, veleiros, pesqueiros, entre outros. Serão premiadas três embarcações em cada categoria. Os vencedores serão divulgados no dia da cerimônia de premiação, em data ainda a ser definida.

Neste ano, mais de 250 embarcações participaram do cortejo nas águas da Baía do Guajará. Todas estavam inscritas e aptas junto à Capitania dos Portos, cumprindo as normas de segurança fluvial estabelecidas pela Marinha do Brasil e exibindo a bandeira náutica de identificação do concurso.

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