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Uma redução constante de recursos federais destinados à cibersegurança, implementada desde o início da gestão de Donald Trump, está expondo os Estados Unidos a um risco iminente de vulnerabilidade digital perante adversários globais como China e Rússia, segundo reportagem publicada hoje pelo Wall Street Journal. Em mensagem enviada aos assinantes do jornal, a editora Kim Nash afirma que “tudo isso deixa os EUA em risco de ficar para trás da China, da Rússia e de outros adversários globais no campo de batalha digital”.
Especialistas ouvidos na reportagem alertam que, ao priorizar o combate físico, Washington demonstra uma perigosa negligência contra a ameaça mais palpável de hackers patrocinados por nações, capazes de desestabilizar infraestruturas críticas e alvos domésticos essenciais do país, como a rede elétrica e os mercados financeiros.
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O alerta ganha corpo após, diz o WSJ, uma série de decisões federais: a Agência de Segurança de Infraestrutura e Cibersegurança (CISA), o principal centro de defesa cibernética do setor público, foi o epicentro desses cortes.
- desde fevereiro, a administração Trump iniciou a demissão de centenas de funcionários;
- mais recentemente, o Secretário de Defesa, Pete Hegseth, instruiu oficiais do Pentágono a minimizarem o treinamento em cibersegurança em favor de programas “diretamente ligados ao combate”
- Nick Martin, CEO da Cyber Guardian Consulting Group, classificou a medida como uma “desconstrução das defesas cibernéticas nacionais”
- Liana Keesing, do grupo Issue One, reforça o coro: “Não é uma questão de se um grande ataque impulsionado por um adversário atingirá, mas quando.”
A CISA viu seu quadro de funcionários encolher de mais de 3.700 funcionários no ano passado para 2.540 entre fevereiro e maio. Durante o atual shutdown governamental (impasse na aprovação do orçamento de 2026), o número de trabalhadores ativos caiu para menos de 900. Essa “drenagem de cérebros” cibernéticos é crítica. Segundo o WSJ, Chris Pierson, CEO da empresa BlackCloak, alertou: “Com menos pessoal qualificado e ferramentas desatualizadas, vamos exacerbar problemas de segurança existentes, abrindo novas brechas. A infraestrutura crítica de nossa nação será seriamente comprometida sem gastos agressivos em pessoas talentosas e tecnologia”, diz a reportagem, assinada pelo jornalista Angus Loten.