Estudo mostra quais polos logísticos podem ser atrativos em carteiras de FIIs

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O avanço do e-commerce e a digitalização das cadeias de suprimento vêm tornando cada vez mais estratégica a escolha da localização de galpões logísticos. Um relatório da CY Capital avaliou os principais hubs do país a partir de um Índice de Conectividade e Massa Consumidora (ICMC), métrica que combina dois fatores decisivos: a densidade populacional acessível ao redor de cada polo e a qualidade da sua conectividade rodoviária.

Segundo o levantamento, hubs com maior concentração populacional em um raio de 30 km tendem a ser mais adequados a operações de last mile — que podem ser representadas pela entrega da mercadoria ao consumidor final, última etapa do processo no e-commerce, por exemplo.

Já aqueles em que a maior parte da população está entre 30 e 60 km são mais indicados para distribuição regional, que demanda rotas mais longas e cargas mais consolidadas. Há ainda os híbridos, que podem atender múltiplos perfis de operação.

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A análise mostra, por exemplo, que hubs como Vila Guilherme (SP) e Salvador (BA) combinam alta densidade populacional e conectividade, reforçando a vocação para last mile. Já regiões como Extrema (MG) e Viracopos (SP) aparecem mais associadas a uma lógica de distribuição regional, pela capacidade de acessar grandes mercados em distâncias médias com forte infraestrutura rodoviária.

Gráfico elaborado pela CY Capital. Foto: reprodução.

O gráfico elaborado pela CY Capital divide os principais hubs logísticos do país em quatro quadrantes a partir de dois critérios: conectividade rodoviária e massa consumidora no entorno.

No quadrante superior direito estão os hubs que reúnem alta conectividade e forte vocação para o last mile, ideais para operações urbanas de e-commerce e entregas de alta frequência. Já o superior esquerdo concentra regiões bem conectadas, mas com população mais pulverizada e distante, perfil típico de centros regionais de distribuição.

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No quadrante inferior direito, encontram-se áreas com grande concentração populacional próxima, mas que ainda sofrem com gargalos de acesso e infraestrutura limitada, enquanto o inferior esquerdo reúne os polos mais frágeis, com baixa conectividade e população distante — geralmente em regiões periféricas ou de menor densidade logística.

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O que os investidores de FIIs logísticos devem observar?

Para o investidor de fundos imobiliários logísticos, esses dados ajudam a avaliar a qualidade estrutural da localização dos ativos dentro da carteira. FIIs como o XP Log (XPLG11), por exemplo, têm ativos relevantes em Extrema (MG), polo que se consolidou como hub estratégico na rota São Paulo–Belo Horizonte.

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“Os fundos que têm uma concentração maior de ativos com alto ICMC — que combina conectividade e proximidade à massa consumidora — tendem a ter menor vacância e mais potencial de crescimento de aluguel. Para identificar isso, o investidor pode verificar o submercado de cada ativo e consultar o ICMC médio ponderado pela ABL”, explica Bruno Ackermann, sócio e head de logística da Cy Capital.

“As regiões mais “valiosas”, apresentam demanda superior a oferta, o que gera liquidez, vacancia mais baixa e possibilidade de aumento real de valor de locação, isso reflete no dividend yield a ser distribuido pelo fundo, melhorando a rentabilidade e por consequencia a performance do fundo no longo prazo”, acrescenta.

O estudo reforça que não existe um “padrão único” de localização ideal: ativos urbanos bem posicionados podem capturar valor no last mile, enquanto galpões periféricos conectados a eixos rodoviários estratégicos seguem fundamentais para a distribuição regional.

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