Essa “atriz” de IA quer ser a nova Scarlett Johansson

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Tilly Norwood não reclama de longas jornadas de filmagem. Não tem vida pessoal, não gera escândalos, não negocia cachê e jamais questiona o roteiro. O motivo é simples: ela não existe.

Criada inteiramente por inteligência artificial, essa “atriz” digital virou o centro de um debate explosivo no Festival de Cinema de Zurique. Sua produtora, Eline Van der Velden, não esconde as ambições: quer que Tilly seja a próxima Scarlett Johansson ou Natalie Portman — só que feita de código, não de carne e osso.

O projeto que dividiu Hollywood

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Desenvolvida com redes neurais avançadas de geração de imagem e voz, Tilly não se limita a imitar expressões faciais. Ela tem perfis ativos nas redes sociais, construindo a ilusão de uma carreira em ascensão. Sua estreia aconteceu em AI Commissioner, um curta de comédia onde todos os “atores” são algoritmos.

Van der Velden defende o experimento como exploração criativa, não substituição. Segundo ela, Tilly representa um novo gênero audiovisual onde intérpretes digitais coexistem com humanos. Algumas agências de talentos já demonstraram interesse — o que intensificou ainda mais a polêmica.

A revolta dos artistas reais

A reação da comunidade artística foi imediata e feroz. A atriz Melissa Barrera disparou: “Espero que todos os atores representados pelo agente que faz isso acordem”. Mara Wilson, atriz e escritora, foi mais direta: “E as centenas de mulheres reais cujos rostos foram combinados para criá-la? Não podiam contratar nenhuma?”

O questionamento vai além da ética. Ninguém sabe quais dados foram usados para modelar o rosto e a voz de Tilly — justamente quando o uso não autorizado de imagens humanas virou pauta global no setor tech. Mais profundo ainda: se interpretação é apenas executar comandos ou demanda a experiência e sensibilidade que só um ser humano carrega.

Por enquanto, Tilly Norwood é mais demonstração tecnológica que ameaça consolidada. Mas seu lançamento revela algo crucial: a IA já ultrapassou tarefas técnicas e de roteiro no audiovisual. Agora, ela quer estar na frente das câmeras.

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