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As escolas conectadas por Internet via satélite pelo programa da Entidade Administradora da Faixa (Eace) apresentam uma média de velocidade de 40 Mbps. O dado foi divulgado nesta terça-feira, 7, durante o Congresso Latinoamericano de Satélites, no Rio de Janeiro.
Flávio Santos, CEO da EACE, afirmou que, embora haja o desejo de se ter satélites de baixa órbita (LEO) com maior capacidade, a velocidade atual de 40 Mbps obtida com sistemas geoestacionários (GEO) já atende bem aos padrões definidos pela Enec, que é de 1 Mbps por estudante. "Essa média tem deixado todo mundo satisfeito. Quase 80% das nossas escolas são indígenas e quilombolas. Muito pequenas, não chegando a ter 40 alunos muitas das vezes", disse.
Ainda durante o evento, ele revelou que o programa já alcançou 10 mil escolas (incluindo aquelas conectadas via fibra óptica) e deve chegar a 2 mil unidades conectadas via satélite ainda neste mês — totalizando 12 mil escolas atendidas ao final do projeto. O executivo também destacou que a parceria com a operadora estatal Telebras foi fundamental para o ritmo de implantação.
Futuro com LEO
Para Mauro Wajnberg, diretor geral da Telesat Brasil, os 40 Mbps são suficientes apenas no curto prazo. Ele citou Coari (AM), que passou de 3G para 40 Mbps via satélite GEO. "Todos estão felizes da vida agora. Mas por quanto tempo eles vão ficar por 40 Mbps? Vai chegar um momento que será necessário maior capacidade", afirmou.
De acordo com Wajnberg, a demanda futura exigirá migração para a tecnologia LEO, que oferece mais banda. Ele comentou ainda que essa visão foi um dos motivos para criação do Telesat LightSpeed, o projeto da constelação de órbita baixa da operadora cujos serviços comerciais são projetados para 2027.
Telebras
Sobre a parceria da Telebras com o setor privado para o desenvolvimento de políticas públicas, o head de vendas de varejo da Hispasat, Sérgio Chaves, avaliou que essa foi uma decisão acertada. "Todo o mercado satelital tem a oportunidade de estar perto do governo. Não é algo exclusivo de um único player. As portas estão abertas e disputamos fortemente com preço e qualidade para poder estar lá", comentou. O diretor da Telesat também elogiou o modelo, e disse que o Brasil possui capacidade disponível que pode ser utilizada e ampliada.
Questionado sobre a complexidade de se trabalhar com vários players, o presidente da Telebras, André Magalhães, afirmou que "mesmo com o enfrentamento logístico imenso" para conectar regiões tão remotas, a estatal não observou problema de "falta de competência ou de capacidade de entrega por parte" dos parceiros. Ele ressaltou ainda a necessidade de equilíbrio entre padronização e flexibilidade na entrega dos serviços.