ANUNCIE AQUI
Celebrado nesta sexta-feira (10/10), o Dia Mundial da Saúde Mental foi criado em 1992 pela World Federation of Mental Health (do inglês Federação Mundial e Saúde Mental), com o objetivo de sensibilizar a sociedade e promover ações concretas em prol do cuidado psicológico e emocional. Três décadas depois, o tema nunca foi tão urgente.
A saúde mental se tornou o principal problema de saúde dos brasileiros, superando o câncer. Segundo o Ipsos Health Service Report 2025, 52% dos entrevistados apontam a saúde mental como sua maior preocupação — um salto expressivo em relação a 2018, quando o índice era de 18% —.
Veja as fotos
Abrir em tela cheia

Transtornos mentais disparam e já são a maior causa de afastamento no paísFreepik

Transtornos mentais disparam e já são a maior causa de afastamento no paísFreepik

Transtornos mentais disparam e já são a maior causa de afastamento no paísFreepik

Transtornos mentais disparam e já são a maior causa de afastamento no paísFreepik
Voltar Próximo
Na sequência, aparecem o câncer (37%) e o estresse (33%), seguidos pelo abuso de drogas (26%) e a obesidade (22%). O levantamento também revela que o Brasil ocupa o 3º lugar no ranking global de países que mais pensam sobre bem-estar emocional, atrás apenas do México e da África do Sul. Entre os brasileiros, 74% afirmam refletir com frequência sobre o tema.
Pressão emocional no ambiente de trabalho
Uma pesquisa da Gupy, plataforma de tecnologia voltada a recursos humanos, mostra que quase sete em cada dez profissionais brasileiros se sentem emocionalmente sobrecarregados. Entre as principais causas estão metas inalcançáveis, cultura do “sempre disponível”, falta de reconhecimento e gestão disfuncional. Os sintomas mais citados são estresse (46%), tristeza (25%) e raiva (18%).
Mulheres e jovens lideram as preocupações
O estudo da Ipsos também aponta que mulheres (60%) e integrantes da geração Z (60%) são os grupos que mais se preocupam com saúde mental, índices bem acima dos observados entre homens (44%) e baby boomers (40%).
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), os transtornos mentais afetam mais de 15% da força de trabalho global, reduzindo a produtividade e aumentando a rotatividade.
Afastamentos por transtornos mentais crescem 135% no Brasil
No país, os dados do INSS reforçam a gravidade do problema. Entre 2022 e 2024, os afastamentos do trabalho por transtornos mentais e comportamentais aumentaram 135%, passando de 200.477 para 471.259 casos. Em 2022, essas doenças representavam 11% do total de afastamentos. Dois anos depois, o índice subiu para 14%.
O cenário é ainda mais crítico no setor bancário. Em 2022, foram 7.264 afastamentos por transtornos mentais e comportamentais; em 2024, o número dobrou para 14.565. A participação dessas doenças no total de afastamentos também cresceu, passando de 43% para 52,9%.
Segundo especialistas, o aumento está diretamente relacionado a modelos de gestão baseados em metas abusivas, cobranças excessivas, assédio moral e insegurança profissional — fatores que, historicamente, têm contribuído para o adoecimento da categoria.