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Provedores de Internet de Rondônia estão vivendo sob ameaça violenta de facções criminosas, e existe risco real de que vários deles interrompam as atividades por 48 horas para chamar a atenção das autoridades. Segundo relato de um provedor ouvido por este noticiário, "o que estamos vivendo é uma situação de terrorismo, sem nenhuma perspectiva de ajuda concreta da polícia", diz.
Na semana passada, dia 30, em uma mesma noite houve ataques incendiários a lojas de cinco provedores diferentes nas cidades de Cabixi, Cerejeiras, Colorado, Guarajá-Mirim e Nova Mamoré. O modus operandi dos criminosos é sempre o mesmo: começa com ligações telefônicas para os dirigentes das empresas, ameaçando com as ações de vandalismo e violência física, e exigência de uma "taxa" de 50% do faturamento da empresa.
As primeiras ameaças começaram a ser registradas em março desse ano e vêm em um crescente, chegando ao ponto máximo na semana passada.
"Eles sabem onde a gente mora, sabe onde chega o link, sabem onde estão os equipamentos. Tem casas que foram pichadas com ameaças", diz um dirigente, cuja identidade está sendo preservada por uma questão de segurança. "É uma coisa desesperadora porque não tem o que fazer. Ninguém vai pagar 50% porque isso inviabiliza o negócio, e a polícia diz que não pode fazer nada".
Segundo estes relatos, já houve conversas com os comandos das políticas locais e estaduais. "Tivemos reunião com o comando da PM, da Polícia Civil, da Polícia Federal, da PRF [Polícia Rodoviária Federal]… O que eles falam é que não sabem como agir", diz o relato.
Segundo apurou este noticiário, alguns provedores estão contratando segurança armada permanente para as lojas e pontos mais vulneráveis da rede. "Mas isso não pode ficar por muito tempo: tem que ter uma solução definitiva, até porque os funcionários estão com meda", diz o dirigente.
Ele conta que funcionários de várias empresas estão se articulando para interromper o serviço por 48 horas, para chamar a atenção das autoridades. "Não queremos que chegue nesse ponto, porque tem serviços essenciais sendo prestados, mas eles não podem trabalhar sob ameaça constante".
Segundo os relatos, as facções criminosas atuam a partir de outros estados. Nas pequenas cidades em que os ataques estão acontecendo, muitas vezes são recrutados menores com passagem pela polícia. "Já teve caso de um menor que atacou uma loja, ficou preso por 60 dias e depois foi solto. A polícia manteve ele preso para ele não ser morto".
As ameaças começam a chegar a pequenos provedores de Mato Grosso, Acre e Amazonas também. "A gente não quer que aconteça o que já aconteceu em outros Estados, onde o crime tomou conta das operações".