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O presidente da Argentina, Javier Milei, promoveu na noite de segunda-feira (6) um evento híbrido entre show e comício em Buenos Aires. O lançamento de seu livro A Construção do Milagre, realizado no Movistar Arena, reuniu milhares de apoiadores e teve performances musicais, discursos inflamados e referências diretas a aliados da direita internacional.
Milei subiu ao palco envolto na bandeira argentina e abriu a noite cantando “Panic Show”, do grupo La Renga, cuja letra retrata um líder dominador.
O repertório incluiu canções de Charly García, Ratones Paranoicos e Sandro de América, além da música judaica “Hava Nagila”, apresentada como um gesto de solidariedade a Israel.
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Showmício
Em meio ao público, que entoava “Milei, querido, el pueblo está contigo” (“Milei, querido, o povo está contigo”), o presidente alternou entre performances e críticas à esquerda.
“Tentaram assassinar o Jair Bolsonaro. Tentaram assassinar esse colosso do mundo que é o Donald Trump. Assassinaram o Uribe. Eles têm um longo histórico”, declarou, sob aplausos.
O clima festivo se confundiu com o tom de campanha. Em determinado momento, a plateia cantou “Cristina Tobillera” (“Cristina tornozeleira”, em tradução livre), uma provocação à ex-presidente Cristina Kirchner, que cumpre prisão domiciliar.
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Em sua fala, Milei acusou a esquerda de “recorrer à violência quando perde o debate” e disse que “a liberdade está sob ataque na América Latina”. As frases ecoam o estilo combativo que marcou sua ascensão política, mas agora aparecem em um contexto de desgaste crescente do governo.
Cenário de turbulência
Milei enfrenta queda de apoio no Congresso, tensões internas e denúncias de corrupção que atingem sua irmã e principal assessora, Karina Milei, apontada como peça-chave no comando político do governo.
A poucos dias das eleições legislativas, o evento foi visto como tentativa de reafirmar sua base e recuperar terreno em Buenos Aires, região onde a oposição peronista mantém força e o governo vem acumulando derrotas.