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A Eletrobras (ELET3; ELET6) anunciou nesta quinta-feira que vendeu a usina termelétrica movida a gás natural Santa Cruz, no Rio de Janeiro, para o Grupo J&F, dos irmãos Batista, sucessora da Âmbar Energia no acordo. A Eletrobras recebeu R$ 703,5 milhões com a operação.
A usina era a última de um pacote de 13 térmicas cuja venda foi anunciada pela Eletrobras em junho do ano passado para a Âmbar Energia, braço de energia da holding do Grupo J&F. Segundo comunicado da Eletrobras, o negócio gerou um total de R$ 3,6 bilhões. As outras 12 usinas estão localizadas no Amazonas.
Segundo a Eletrobras, a transação marca o fim do processo de desinvestimento dos ativos termelétricos e o início de um portfólio de geração que passa a ser composto exclusivamente por fontes 100% renováveis. A meta da empresa é ser Net Zero já em 2030, zerando a emissão de gases causadores do efeito estufa.
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Valor adicional
Além do valor da transação, a empresa ainda mantém o direito ao recebimento do earn-out, ou seja, um pagamento adicional atrelado aos resultados futuros do negócio acordado entre as partes, no valor base total de R$ 1,2 bilhão. A Eletrobras destacou ainda em comunicado que vai receber o caixa gerado entre a assinatura do acordo e seu fechamento.
A venda das outras 12 usinas térmicas foi concluída em maio deste ano.
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No fim do ano passado, a compra das usinas esteve envolvida em uma polêmica, após a Cigás, distribuidora de gás encanado do Amazonas, ter enviado uma carta para a Agência Nacional de Energia Elétrica ( Aneel) alegando que a Eletrobras teria um passivo bilionário com a companhia e com a Petrobras, o que poderia afetar a venda das usinas. Mas os recursos foram negados pela Aneel.
Antes da venda, a Eletrobras precisou reestruturar suas subsidiárias, separar os ativos para vender as térmicas. Isso permitiu que o negócio recebesse o aval da Aneel para que o comprador não assumisse os passivos da antiga controlada da Eletrobras, a Eletronorte.
Em paralelo, no mês passado, a Aneel aprovou os termos do acordo que permitirão a transferência do controle da Amazonas Energia para a Âmbar. Para fontes do setor, as duas operações estão conectadas e marcam a estratégia de integração do grupo J&F na Região Norte, especialmente no Amazonas, controlando a geração e a distribuição. Isso porque as térmicas abastecem a Amazonas Energia, a distribuidora local que historicamente acumula perdas financeiras.
Somadas, as 13 unidades possuem capacidade instalada de 2,1 gigawatts (GW) de energia, o que amplia o portfólio do grupo para 4,6 GW. Em agosto, o Ministério de Minas e Energia (MME) prorrogou a outorga da termelétrica Santa Cruz até 2035.
Em comunicado, a Eletrobras disse que a operação reforça o compromisso de otimização de seu portfólio e alocação de capital, com foco na geração de valor e simplificação de sua estrutura.