Eletrobras (ELET3) e Brava (BRAV3): o que explica trajetórias tão distintas na Bolsa?

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A Eletrobras (ELET3) chama atenção por figurar entre as ações mais “caras” do Ibovespa segundo o Índice de Força Relativa (IFR). A leitura mais recente coloca o ativo em 68,91 pontos, patamar próximo a região de sobrecompra — sinal de que, após forte valorização, pode estar perto de uma correção. No acumulado de 2025, os papéis sobem 61,81%, enquanto em 12 meses avançam 46,31%.

Na ponta oposta, a Brava (BRAV3) aparece como uma das ações mais “baratas” do índice, com IFR em 17,77, nível de sobrevenda que sugere possível desconto e oportunidade para investidores em busca de entrada. O desempenho, porém, é negativo: em 2025 a queda é de 33,55%, e no acumulado de 12 meses a desvalorização chega a 12,73%.

IFR: ações da bolsa

O Índice de Força Relativa (IFR), um dos principais indicadores da análise técnica, mede a intensidade dos movimentos de preço em uma escala de 0 a 100. Acima de 70, o ativo é considerado sobrecomprado; abaixo de 30, sobrevendido.

Na prática, isso significa que a Eletrobras pode estar em momento de euforia, enquanto a Azzas enfrenta pressão vendedora que pode abrir espaço para repiques de alta.

Além delas, também estão entre as ações mais sobrecompradas Eletrobras (ELET6). Vale (VALE3), Gerdau (GOAU4) e Caixa Seguridade (CXSE3).

Já entre as mais pressionadas figuram Azzas (AZZA3), Raízen (RAIZ4), Vamos (VAMO3) e Assaí (ASAI3), que operam em níveis técnicos de maior fragilidade.

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Análise técnica Eletrobras (ELET3)

A Eletrobras acumula alta de 61,81% em 2025, apesar da leve retração de 1,09% em outubro. Após sete semanas consecutivas de alta, o papel iniciou uma pausa no movimento, realizando leve correção, mas ainda sustentando estrutura de força compradora.

Pelo gráfico diário, é possível observar uma formação de bandeira de alta após o rompimento das máximas históricas, o que indica pausa técnica dentro de uma tendência ainda claramente positiva. O ativo segue acima das médias de 9 e 21 períodos, que continuam inclinadas para cima, sinalizando que o fluxo comprador segue dominante no médio prazo.

O IFR (14) em 79,23 indica zona de sobrecompra, o que reforça o risco de movimentos corretivos de curto prazo. Ainda assim, a tendência primária permanece altista, com possível continuidade caso rompa o topo anterior.

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Suportes: R$ 50,90; R$ 49,46; R$ 47,34; R$ 45,53; R$ 42,72; e na média de 200 períodos em R$ 39,56.

Resistências: R$ 52,99 e R$ 53,65 (topo histórico); R$ 54,35; R$ 55,28; R$ 56,19; R$ 57,37.

Fonte: Nelogica. Gráfico diário. Elaboração: Rodrigo Paz

Análise técnica Brava (BRAV3)

A Brava opera em forte tendência de baixa, acumulando queda de 33,55% em 2025 e recuo de 13,07% em outubro. O papel vem de uma sequência expressiva de quedas, renovando mínimas e aproximando-se da região de suporte histórico em R$ 15,26, que é o menor patamar desde o início da série.

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O gráfico diário mostra um movimento acentuado de venda, com o preço bem abaixo das médias móveis e um IFR (14) em 17,77, sinalizando zona de sobrevenda. Esse cenário aumenta a probabilidade de um repique técnico de curto prazo, embora o viés predominante continue negativo enquanto o ativo permanecer abaixo das médias de 9 e 21 períodos.

A estrutura segue fragilizada e sem sinais concretos de reversão no momento, sendo necessário observar uma reação acompanhada de volume para sugerir mudança de direção.

  • Resistências: R$ 15,97; R$ 16,87; R$ 18,00; R$ 19,06; R$ 19,59.
  • Suportes: R$ 15,46; R$ 15,26; R$ 14,90; R$ 14,34; R$ 14,06.
Fonte: Nelogica. Gráfico diário. Elaboração: Rodrigo Paz

(Rodrigo Paz é analista técnico)

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