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ESPN.com.br
14 de out, 2025, 02:00
A Inglaterra precisa de mais uma vitória nas eliminatórias da Europa para garantir, de maneira direta, a vaga para a Copa do Mundo de 2026. O aproveitamento inglês até aqui, em cinco jogos disputados, é de 100%.
Mesmo com uma campanha irretocável, com 13 gols marcados e nenhum sofrido, a seleção inglesa custa a se colocar entre as favoritas para o próximo Mundial. Técnico alemão que comanda a Inglaterra, Thomas Tuchel puxa esse coro.
"Nós vamos chegar como 'azarões' na Copa do Mundo, porque não ganhamos o torneio há décadas e vamos jogar contra seleções que ganharam diversas vezes nesse período. Então, temos que chegar lá como uma equipe coesa. Caso contrário, não temos chance", apontou.
Tuchel quer tirar a pressão e frear expectativas
Thomas Tuchel quer resgatar um espírito que fez a Inglaterra chegar longe na semifinal da Copa do Mundo de 2018. Sob o comando de Gareth Southgate, na época, a seleção inglesa chegou ao Mundial da Rússia com essa mentalidade de “azarões”.
“Acho que nos ajuda se tivermos nosso papel claro quando chegarmos. Não vejo por que deveríamos assumir o papel de ‘somos os grandes favoritos, se não vencermos, será um desastre’. Por quê? Quando foi a última vez que vencemos?”, questionou Tuchel.
Um dos pontos para a Inglaterra se considerar azarona na Copa de 2026 passa pela história. Na visão de Tuchel, outras seleções têm experiências, mais recentes ou não, para chegarem como favoritas.
"Estarão lá o Brasil, a Argentina, a Espanha, a França... Todos eles ganharam (o Mundial) recentemente", disse o técnico. O time masculino da Inglaterra não conquista um título de expressão desde a Copa do Mundo de 1966.
A ideia de Tuchel é frear as expectativas do país. Em 2018, por exemplo, os ingleses se frustraram após a eliminação para a Croácia, na semifinal, em um Mundial que teve ecoada a música “it’s coming home” (“está voltando para casa”). Na Copa seguinte, em 2022, as esperanças aumentaram, mas o resultado foi pior, com a seleção inglesa caindo nas quartas de final para a França.
Na Eurocopa, para somar na lista de frustrações da Inglaterra, foram dois vices seguidos, em 2020 e 2024.
Lição da ‘geração dourada’
Outro fator que faz Thomas Tuchel, segundo técnico de seleções mais bem pago do mundo, citar a Inglaterra como azarona na Copa do Mundo de 2026 passa por experiências da prória seleção inglesa. Para além de ter talentos individuais, é preciso construir um time.
Recentemente, Steven Gerrard relatou como a falta de união da chamada “geração dourada”, de nomes como Lampard, Rooney, Beckham e Scholes, foi decisiva para que a Inglaterra sequer avançasse das quartas de final em Copas do Mundo e Eurocopa, entre 2002 e 2014.
“Quando ouço as pessoas falarem de seus títulos internacionais ou dos que perderam, sempre escuto a mesma coisa: nós fomos uma equipe ou nós não fomos uma equipe”, afirmou Tuchel.
Por último, o técnico alemão já demonstrou, em diversas oportunidades, sua preocupação com o clima durante a Copa de 2026, que será sediada nos Estados Unidos, Canadá e México e promete ser uma das edições mais quentes da história do torneio.
Tuchel já tem preparado seus jogadores pensando nisso. Em junho deste ano, por exemplo, a seleção inglesa passou a treinar em tendas aquecidas para replicar as condições da próxima Copa do Mundo.
O Mundial de Clubes deste ano, conquistada pelo Chelsea, serviu como um primeiro teste para entender como os jogadores desempenham em tais condições. As queixas dos europeus em relação ao calor foram unânimes.
Próximos jogos da Inglaterra:
Letônia (F): 14/10, às 15h45 (de Brasília) - eliminatórias
Sérvia (C): 13/11, às 16h45 (de Brasília) - eliminatórias
Albânia (C): 16/11, às 14h (de Brasília) - eliminatórias