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De tempos em tempos, a música feita no Norte do Brasil se torna a mais popular do país. Apesar da constância de artistas como Gaby Amarantos e Joelma, os ritmos tradicionais da região sempre foram catalogados como um nicho. Em 2025, o jogo virou. Desde Joelma no The Town até a viralização do “Rock Doido”, os ritmos tradicionais do Pará entraram na ponta da língua do público e alçou novas estrelas, como Zaynara. Em entrevista ao portal LeoDias, a criadora do beat melody falou do processo de criação de seu novo álbum, “Amor Perene”, e os segredos por trás da música que tornou Belém a capital da música brasileira este ano.
“Sempre tive vontade de fazer algo que somasse à música brasileira feita no Norte, à música feita na Amazônia. Queria estar junto dessa geração de artistas que representam nossa região com tanta força”, disse Zaynara.
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Zaynara, atração do Amazônia LiveDivulgação: Billboard Brasil

Gaby Amarantos e Zaynara lançaram o clipe "Mulher da Amazônia"Reprodução Instagram

Gaby Amarantos e Zaynara lançaram o clipe "Mulher da Amazônia"Reprodução Instagram

Gaby Amarantos e Zaynara lançaram o clipe "Mulher da Amazônia"Reprodução Instagram

Zaynara, Viviane Batido, Rebeca Lindsay, Hellen Patricia e Valéria Paiva Anderson Torres
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A cantora de 24 anos vem de uma trajetória crescente e impressionante. Após ganhar uma enorme base de fãs com o disco de estreia, o elogiado “É Beat Melody”, Zaynara busca seguir os passos de Gaby Amarantos, Fafá de Belém, Joelma e Dona Onete. Ela se tornou a representação da geração Z para o próximo ritmo nacional do Brasil. Prova disso é o já hit “5 Estrelas”, em parceria com Tierry.
“Quis fazer uma música que tivesse toda a originalidade da minha região, mas que também pudesse alcançar muitos lugares, por isso essa mistura toda. Foi um desafio criar algo para o Brasil inteiro sem perder a essência, a regionalidade, a base que me forma. O beat melody é exatamente isso: uma fusão do brega paraense com elementos eletrônicos e tudo o que sempre ouvi na vida. O álbum é bem diverso: tem bachata, arrocha, beat melody, músicas latinas e dançantes. Eu queria trazer essa mistura que é tão presente e tão viva no Pará”, afirmou.
Toda essa exaltação cultural, porém, deve servir de ocupar lugares nacionais, e não mais um nicho. Para Zaynara, a música da Amazônia é música brasileira. E o público comprou a ideia.
“Fico muito feliz de ver esse reconhecimento e de me afastar cada vez mais da ideia de ‘música regional’. A música feita na Amazônia é música brasileira. Ela tem seus elementos, como qualquer outro ritmo, mas é parte da nossa cultura nacional. Que bom que está chegando a todo o país. É pra isso que a gente trabalha tanto. Muito trabalho”, comemorou.
“Amor Perene”, carreira e próximos passos
Para quem conhece os ritmos tradicionais do Norte e não conhece Zaynara, está atrasado! Em 2024, a jovem artsta venceu o prêmio de Revelação do Ano do Multishow, o que se soma a uma prateleira já invejável de troféus e reconhecimento. Com seu segundo álbum, “Amor Perene”, a projeção é ainda maior.
“Esse é o meu segundo álbum de estúdio. O primeiro me levou a muitos lugares e me fez ganhar o Prêmio Revelação do Multishow, o que foi muito significativo. Não só pra mim, mas pra minha região. Hoje sinto que estamos sendo mais ouvidos, que o rock doido está se consolidando como um gênero, algo que faz parte da minha vivência e do meu show. Lançar esse álbum agora é especial porque ele soma, mostra a potência da música feita na Amazônia e o quanto ela pode chegar a todos os cantos do mundo”, afirmou.
Zaynara descreve o novo projeto como dramático e intenso, cujo nome vem da inspiração dos rios do Pará.
“Amor Perene” é um álbum alegre, intenso, às vezes dramático, e acho que isso também me descreve. Eu me vejo nele. O construí pensando muito nos rios. Sou de uma vila às margens de um rio, e todas as músicas têm alguma conexão com isso. Mesmo quando falo de dança, penso na dança dos rios, na forma como se movem. Ao ouvir o álbum, dá pra sentir essa conexão. O nome vem dessa ideia: os rios perenes são vivos, constantes”, disse.
A mensagem do disco é de amor próprio e de aceitação, encontrar a constância na autoimagem e auto estima em meio ao caos da vida.
“Fiz essa relação com os vínculos humanos, amorosos ou não. Todos têm seus períodos de cheias e secas, mas o relacionamento que temos com nós mesmos precisa ser constante, perene. Nosso amor e nosso cuidado próprio precisam durar. O álbum fala sobre isso: viver as fases, errar, se perder e se reencontrar. Tem uma faixa em que digo que não gosto de errar — e é sobre isso, sobre admitir o erro, acolher-se de novo. Essa é a mensagem que quero deixar”, afirmou.
No segundo álbum de estúdio e aos 24 anos de idade, o “Amor Perene” é uma virada de chave na carreira de Zaynara, que se arriscou mais com a caneta na mão.
“É também a primeira vez que trago minhas composições de forma mais direta num álbum. Sempre escrevi, mas agora me sinto pronta e segura para mostrar mais. Esse trabalho é um marco pra mim, uma verdadeira virada de chave”, disse.
Para os próximos passos da era, ela planeja um clipe para sua música favorita, “Amazônia Menu”, e uma turnê especial pelo Brasil: “Amor Perene não termina com o álbum!”, exclamou, fazendo mistério.
Além de levar os sons do Pará para o mundo, Zaynara elegeu um outro sonho: “Meu feat dos sonhos é com a Ivete Sangalo. Dona de tudo!”, brincou.