Do 2G ao 5G: nunca adotamos uma tecnologia tão rapidamente!

há 1 dia 2
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Foto: Pixabay

A história recente das telecomunicações no Brasil mostra como o ciclo de adoção tecnológica se acelerou de forma exponencial:

2G: levou 167 meses para atingir 200 milhões de acessos.
4G: chegou ao mesmo patamar em 111 meses.
5G: em apenas 36 meses, já rompeu a barreira dos 52 milhões.

Leitura comparativa do 5G com outras gerações:

  • 10M: 5G foi 19 meses mais rápido que o 2G (2,9x), 14 meses mais rápido que o 3G (2,4x) e 18 meses mais rápido que o 4G (2,8x).
  • 20M: 5G foi 22 meses mais rápido que o 2G (2,3x), 19 meses mais rápido que o 3G (2,1x) e 17 meses mais rápido que o 4G (2,0x).
  • 30M: 5G foi 25 meses mais rápido que o 2G (2,0x), 20 meses mais rápido que o 3G (1,8x) e 14 meses mais rápido que o 4G (1,6x).
  • 50M: 5G foi 36 meses mais rápido que o 2G (2,0x), 12 meses mais rápido que o 3G (1,3x) e 7 meses mais rápido que o 4G (1,2x).

Esse movimento não acontece isolado. Cada salto de geração provoca uma reorganização completa do ecossistema:

  • Usuários trocam smartphones.
  • Fabricantes aceleram lançamentos de devices.
  • Desenvolvedores adaptam aplicativos e plataformas.
  • Indústrias ajustam processos produtivos.
  • E, no centro de tudo, as operadoras carregam o peso dos investimentos em espectro, infraestrutura de rede, transporte e data centers, em ciclos cada vez mais rápidos e mais caros.

Editoriais TeletimeO problema é que a equação financeira não fecha. Enquanto a demanda explode e a sociedade absorve rapidamente as novas gerações, a receita média por usuário (ARPU) não cresce no mesmo ritmo e muitas vezes estagna ou até cai.

Ou seja, quanto mais rápido adotamos novas tecnologias, maior também é a pressão sobre o CAPEX das operadoras, sem a devida contrapartida em retorno. Com o 6G previsto para 2030, esse dilema tende a se intensificar.

A adoção será ainda mais veloz, mas a grande questão é se teremos conseguido construir um modelo sustentável, em que toda a cadeia, usuários, indústria, reguladores e operadoras, compartilhe o valor de forma equilibrada.

A pergunta que fica: o 6G será apenas mais uma corrida de adoção, ou finalmente um ciclo sustentável para todo o ecossistema?

* Sobre o autor – José Felipe Ruppenthal é diretor de consultoria & estratégia na Telco Advisors. As opiniões expressas nesse artigo não necessariamente refletem a opinião de TELETIME

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