Diversificação global: XP mostra por que olhar só para o real limita ganhos

há 1 semana 3
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A a diversificação internacional ainda é tratada com certa resistência pelo investidor brasileiro. De acordo com dados do Fundo Monetário Internacional (FMI), o Brasil está entre os países com maior concentração doméstica em investimentos de ações: aproximadamente 90% da alocação, muito acima da média de países emergentes como Chile e México. A prática é vista no País como algo opcional, mas essa abordagem não é a mais adequada, alertam especialistas.

O tema foi destaque em mais um dia de debates do International Week, evento online realizado pela XP que busca oferecer uma visão abrangente sobre o cenário internacional, abordando oportunidades em renda fixa, renda variável e fundos temáticos. Nesta terça-feira, o projeto contou com a participação de Rachel de Sá, estrategista de investimentos da casa, e Rodrigo Sgavioli, head de alocação.

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Rachel destacou que a discussão deve começar pelo motivo da diversificação, e não apenas pelos veículos escolhidos. “É essencial entender o ‘porquê’ antes do ‘como’. A internacionalização não é um complemento, mas uma parte fundamental da construção de portfólio”, afirmou.

CDI não é “própolis” para todos os problemas

Durante a live, Rodrigo Sgavioli, head de Alocação da XP, reforçou que a concentração em ativos locais pode limitar ganhos e aumentar riscos no longo prazo.

“O CDI é como própolis: muita gente acha que serve para tudo, mas não resolve todos os problemas financeiros”

Ele explicou que, embora o CDI entregue retornos nominais relevantes, perde força quando descontada a inflação e, sobretudo, quando comparado ao dólar. “Pensar o patrimônio apenas em reais não garante preservação de poder de compra. Mesmo quem não tem obrigações financeiras em moeda estrangeira enfrenta custos em dólar, como viagens e consumo. Sem exposição internacional, o investidor se torna menos eficiente”, afirmou.

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Rachel de Sá acrescentou que, embora a chamada carteira Brasil já contemple alguma exposição a ativos globais, essa participação ainda é insuficiente.

“Os ativos internacionais acessados apenas via mercado local não garantem a diversificação completa”

Diversificação global melhora eficiência da carteira

Sgavioli apresentou dados que mostram como a inclusão de ativos dolarizados eleva o retorno ajustado ao risco. “A baixa correlação — e em alguns casos até correlação negativa — entre ativos brasileiros e internacionais aumenta a eficiência da carteira. Não faz sentido ter tudo subindo junto, porque, quando cai, cai tudo junto também”, alertou.

Ele comparou a estratégia com a tradicional alocação 60/40 (60% em renda fixa e 40% em ações), bastante usada em economias desenvolvidas. “Estar exposto apenas a ativos brasileiros significa assumir um risco elevado. É preciso diluir o risco-Brasil”, afirmou.

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Segundo o executivo, a própria plataforma da XP já permite ao investidor acessar ações americanas, títulos do Tesouro dos EUA e fundos internacionais com facilidade. “Hoje é simples abrir uma conta internacional e investir no maior mercado de capitais do mundo”, disse.

Não é sobre comprar dólar, mas sobre ativos dolarizados

Outro ponto enfatizado foi que a decisão de investir fora não deve se basear apenas no câmbio. “As pessoas só pensam em investir globalmente quando o dólar está em R$ 5,30 ou R$ 5,70, mas essa não é a lógica. Não se trata de comprar moeda e guardar, mas de investir em ativos dolarizados”, explicou Sgavioli.

Rachel de Sá reforçou a ideia: “A discussão não é como investir em dólar, mas como investir em ativos que preservam o poder de compra no mundo. São coisas diferentes”.

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Com painéis sobre ETFs, fundos e renda fixa internacional, a International Week busca deixar uma mensagem clara: em um mundo cada vez mais interconectado, a internacionalização do patrimônio não é apenas recomendada, mas necessária.

International Week

A agenda da International Week segue nesta quarta-feira (1) com dois blocos de destaque. Pela manhã, às 11h, o painel de renda variável contará com Raphael Figueredo, estrategista de ações da XP, Maria Irene Jordão, estrategista global da casa, e Thiago Cavalcante, do Morgan Stanley. Já no fim do dia, às 17h, o foco será em renda fixa, com Mayara Rodrigues, analista da XP, e Isabella Nunes, CFP® e head de Sales da J.P. Morgan Asset Management.

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