Desktop sobe 10% após confirmar conversas com Claro; veja os impactos para TIM e Vivo

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A Desktop (DESK3) anunciou na véspera que mantém conversas preliminares e não vinculativas com a Claro sobre uma possível transação. No entanto, a empresa afirmou que nenhum acordo foi alcançado em relação a preço, estrutura ou outras condições. Às 10h18, as ações do provedor de internet do interior de São Paulo subiam 10,09%, a R$ 12,44.

O Bradesco BBI avalia que a potencial aquisição da Desktop marcaria mais um passo em direção à consolidação do mercado de banda larga do Brasil, que permanece altamente fragmentado. “Uma redução no número de players no segmento de fibra provavelmente promoveria maior racionalidade do mercado”, afirma.

A empresa combinada da Claro e da Desktop deteria menos de 50% de participação de mercado na região onde a Desktop opera atualmente. Dado o alto número de provedores de fibra, o BBI não prevê grandes obstáculos regulatórios do CADE, além de possíveis remédios menores em cidades selecionadas.

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Uma questão de preço

Para o Bradesco BBI, o negócio só faz sentido para Desktop dependendo do preço da oferta e destaca que as discussões ainda estão em um estágio preliminar.

Como referência, a Vivo e a Desktop estiveram anteriormente em negociações semelhantes em maio de 2024, mas as negociações foram paralisadas devido a divergências de preço.

O BBI considera improvável que a Vivo apresente uma contraproposta, já que a empresa vem expandindo com sucesso sua participação de mercado organicamente e anteriormente se afastou de um acordo devido a preocupações com preços. Nesse contexto, o banco vê uma lógica estratégica limitada para a Vivo se envolver em uma guerra de lances pelo ativo agora.

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Positivo para Claro

Do ponto de vista da Claro, na avaliação do BBI, a potencial aquisição da Desktop apresenta uma lógica estratégica convincente. A Claro é líder de mercado na região onde a Desktop atua, mas vem perdendo participação de mercado, enquanto seus principais concorrentes –Vivo e Desktop – ganharam espaço.

“Uma grande parte da base de banda larga da Claro ainda é atendida pela tecnologia HFC, que, embora confiável, é percebida pelos clientes como inferior à fibra. A aquisição da Desktop eliminaria um forte concorrente e permitiria à Claro expandir significativamente sua presença de fibra no estado de São Paulo”, explica o BBI.

Segundo o BTG, a transação faz sentido estratégico para a Claro ao acelerar a migração de clientes HFC (Cabo) para fibra e fortalecer a posição em São Paulo. A Desktop possui R$ 801 milhões de ágio contábil (goodwill) que pode ser usado como crédito fiscal, tornando a operação mais interessante.

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O BTG mantém recomendação de compra para ações da Desktop, com preço-alvo de R$ 20.

Negativa para TIM e Vivo

O BBI ainda disse ver a transação potencial como ligeiramente negativa para a Vivo e a TIM. Embora a Vivo possa se beneficiar da remoção de um concorrente importante no segmento de fibra, a capacidade da Claro de alavancar a infraestrutura e a base de clientes da Desktop para acelerar o agrupamento de serviços móveis de banda larga e pós-pagos de fibra pode representar uma ameaça competitiva maior, particularmente para a TIM, que atualmente carece de uma oferta eficiente em pacotes.

De acordo com comunicações recentes da Vivo e da Claro, os pacotes de serviços já representam uma parcela substancial de sua base de clientes de fibra.

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