De aumento da autoestima a inspiração em LeBron: como trabalho de coach com Luiz Henrique pode ajudar Wallace Yan no Fla

há 1 mês 16
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Destaque do Flamengo no Mundial de Clubes, o jovem Wallace Yan passa por meses intensos no Rubro-Negro e viu suas oportunidades diminuírem com Filipe Luís depois de casos de indisciplina.

Episódios que vão desde polêmicas com Hulk, do Atlético-MG, na Copa do Brasil, aos dois cartões amarelos em apenas 10 minutos na derrota para o Bahia, pelo Brasileirão, acenderam o alerta e fizeram o garoto do Ninho procurar a ajuda do coach mental Cleiton Carvalho.

O profissional começou a trabalhar com Wallace há uma semana para um melhor direcionamento de carreira tanto dentro, quanto fora das quatro linhas.

Inserido no meio do futebol desde 2016, Cleiton já auxiliou diversos atletas de alto rendimento. Entre eles, Luiz Henrique, ex-atacante do Botafogo, hoje no Zenit e um nomes de confiança do técnico Carlo Ancelotti na seleção brasileira.

Em entrevista exclusiva à ESPN, o coach revelou que usa ninguém menos que o astro da NBA LeBron James como inspiração em suas sessões tanto com Wallace como com Luiz.

''Se o atleta se coloca nessa posição de querer aprender, se ele fala: 'Eu quero crescer, eu quero ser um vencedor', fica muito fácil de trabalhar. Eu mostro algumas referências para eles, principalmente o LeBron James, o quanto ele se tornou o atleta que ele é. Então, a gente vai construir isso de ser um atleta campeão, não a curto prazo, mais em criar uma carreira de sucesso'', contou.

Aos 20 anos, Wallace Yan soma sete gols e quatro assistências em 27 partidas na temporada pelo Flamengo. No entanto, perdeu espaço no estrelado elenco rubro-negro.

Depois de ficar cinco jogos sem jogar, o garoto entrou aos 23 minutos contra o Bahia, quando o time já perdia por 1 a 0 e atuava com menos um por conta da expulsão de Danilo. Só que logo após deixar o banco, recebeu o primeiro amarelo e, na sequência, o segundo, indo para o chuveiro mais cedo. Por consequência, acabou multado pelo clube.

Na visão de Cleiton, Wallace não tem um comportamento considerado explosivo e sim uma vontade de vencer que ainda precisa ser canalizada.

''Conhecendo ele agora, eu vejo que ele tem muita vontade de ganhar, é muito competitivo. E eu falei para ele que para mim é maravilhoso quando eu trabalho com um atleta que quer ganhar. É horrível quando você vai começar um processo e você tem que ficar incentivando o tempo inteiro o atleta querer vencer, sendo que o sonho é dele'', afirmou.

''Ele já sabe que ele é um vencedor, então a gente só vai canalizar isso. Ter sabedoria para agir, equilíbrio, saber respirar fundo, se controlar e fazer o jogo dele porque ele é um jogador diferente. Se não ele não tinha feito o que fez no Mundial. Ele não teria a confiança também do treinador e da torcida. É um menino que está aprendendo. É um menino muito humilde e está disposto a aprender'', completou.

A autoestima do homem preto

Assim como muitos jogadores, Wallace passou por dificuldades e teve que superar diversos obstáculos para seguir a carreira de jogador. Criado em Realengo, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, o garoto do Ninho chegou a não ter dinheiro para comprar chuteiras para treinar.

Tal realidade, infelizmente, é comum na trajetória de outros atletas. No entanto, para Cleiton, deve ser valorizada, ainda mais quando se trata de um homem preto da periferia.

''Quando a gente fala de um de um atleta jovem como ele, preto de periferia, é importante trazer esse contexto. Eu procuro trabalhar com os meus atletas essa identificação dele como pessoa que ele é, de onde ele veio, para que ele não perca a essência, porque quando ele começa a se dar mal, ele perde a essência, esquece de tudo e acha que é o rei do mundo'', declarou.

''A gente sempre busca trazer essa conexão também com o passado dele, porque isso traz leveza. Um atleta também não pode perder isso. Sabe essa paixão pelo futebol? Porque quando ele começa a receber, aí vem as cobranças, críticas, pressão e ele tem que gerar o resultado. Muitas pessoas tratam o atleta como se ele fosse um robô, sem sentimentos e emoções nenhuma'', seguiu.

O foco na seleção brasileira

Cleiton começou a trabalhar com Luiz Henrique em julho de 2024, quando ele ainda estava no Botafogo. Naquele ano, foi o grande destaque no título alvinegro do Brasileirão, além de ter sido o 'Rei da América' na conquista inédita da CONMEBOL Libertadores.

O sucesso com a camisa do Glorioso o levou para a seleção brasileira, caminho que Cleiton espera que Wallace Yan também siga com a rubro-negra.

''Eu falei para o Wallace que ajudei o Luiz a chegar na seleção. Quero ajudá-lo também, direcionando, mostrando o que ele tem que fazer, a estrutura de trabalho que ele tem que ter no dia a dia, o foco, a disciplina e trazer essas referências. Eu falei para ele que ele é hoje a minha prioridade é o atleta. A hora que ele me ligar, eu vou estar ali disposto a ajudar ele o tempo inteiro. Vou estar com ele, porque eu sinto essa necessidade desse momento inicial, de estar mais perto dele até ele conseguir caminhar a ter mais essa autonomia para tomar as melhores decisões na carreira dele'', finalizou.

Próximos jogos do Flamengo:

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