Danilo do Flamengo: carreira, futuro e a estreia como colunista do InfoMoney

há 1 semana 6
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Grande parte do público que acompanha o futebol brasileiro de perto, especialmente a torcida flamenguista, sabe quem é Danilo Luiz da Silva, o Danilo do Flamengo. O que nem todo mundo sabe, contudo, são as faces de comunicador – inclusive jornalista em formação -, investidor e empresário do atleta de 34 anos e os seus planos para quando parar de jogar, assuntos abordados em uma conversa exclusiva com o InfoMoney Entrevista.

“Não quero jogar futebol até muito tarde. Começamos muito jovens, e mais do que o aspecto psicológico, o que pesa mesmo é o corpo (…) Com certeza, pretendo fazer faculdade de psicologia, um tema que me fascina (…) Também comecei a fazer jornalismo, na modalidade EAD, porque adoro comunicação. Vejo isso como uma ferramenta importante para o meu pós-carreira, especialmente para os projetos que tenho”, contou Danilo.

Durante a entrevista, o atleta fez um apelo à educação financeira para atletas em início de carreira, afirmando que foi capaz de “manter o foco” quando era mais jovem por ter tido uma boa base de formação em casa e familiares que o apoiaram, mas que essa nem sempre é a realidade dos jovens atletas que despontam.

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“Esse é um gap que existe no futebol. Os atletas passam a ganhar muito em um curto espaço de tempo e com uma idade ainda, digamos, que não é a ideal [para lidar com um ganho tão alto]. Os clubes e até a Confederação Brasileira de Futebol poderiam repensar a educação financeira para atletas”, declarou.

Danilo também comentou a relação com o técnico Filipe Luís, avaliando o estilo “calmo” de liderança do ex-companheiro de Seleção.

Além disso, a entrevista exclusiva marca a estreia de Danilo como colunista do InfoMoney, em parceria com um de seus negócios, a Voz Futura, um empreendimento de mídia e conteúdo focado em narrativas inspiradoras.

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Confira a seguir os destaques da entrevista:

InfoMoney: Danilo, como você aprendeu a se comunicar tão bem? Você sempre foi assim ou estudou para isso?

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Danilo Luiz: A primeira pessoa que tenho que agradecer é minha mãe, que sempre pegou no pé nos tempos da escola. Foi algo muito importante na minha base. Estudei em escola pública em Bicas, Minas Gerais. E sempre foi um ensino de muita qualidade, de bons professores.  Depois, durante a minha vida, procurei continuar estudando de alguma maneira, lendo e me informando.

InfoMoney: Sobre sua educação financeira: você estudou para cuidar do seu patrimônio ou tem uma equipe que faz isso para você?

Danilo Luiz: Conto com uma equipe importante; são duas casas que me ajudam a administrar e a olhar para o meu patrimônio como um todo. Obviamente, os aprendizados que tirei do que vi meus pais fazendo me ajudaram muito no início da carreira, para eu não perder o foco. Hoje, no dia a dia, tentamos rentabilizar ao máximo aquilo que ganhamos, porque a carreira do jogador de futebol profissional é curta.

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Mas também busquei aprendizado no mundo dos investimentos – que não é tão íntimo para nós atletas – para que eu também pudesse saber onde meu dinheiro e meu patrimônio estavam e ter segurança e tranquilidade para seguir a vida.

InfoMoney: Você investe seu dinheiro? Em que tipo de investimento?

Danilo Luiz: Invisto em renda fixa basicamente. Meu maior gerador de patrimônio ainda são as minhas pernas, então não tenho porquê correr muitos riscos lidando com a volatilidade de tudo que acontece pelo mundo.

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InfoMoney: Você é sócio de algum negócio? Pode falar sobre eles?

Danilo Luiz: Hoje tenho o Villa Club, que é um beach club lá em Juiz de Fora, Minas Gerais. Temos por volta de 40 dependentes. É um lugar que vem crescendo e se consolidando no mercado na Zona da Mata Mineira.

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Também tenho a Voz Futura, que é meu xodó. Criei essa empresa para produzir conteúdo que dê voz e visibilidade àquelas histórias que realmente merecem ser contadas. Olhar a narrativa de uma maneira diferente, a partir de histórias excepcionais.

InfoMoney: Você cuida financeiramente da sua família além do núcleo familiar principal?

Danilo Luiz: A partir do momento que conquistei uma certa tranquilidade, a primeira coisa que fiz foi passar a manter meus pais – retribuindo os sacrifícios que fizeram por mim. Mas tenho que agradecer porque eles são ativos. Querem sempre estar fazendo algo e se sentir úteis. Então, mesmo não precisando trabalhar, eles se mantiveram ativos.

Tenho três irmãos que estudaram, fizeram faculdade e me ajudam na estruturação do meu patrimônio – ter pessoas de confiança ajudando nisso nos deixa mais tranquilos. Mas eles têm os projetos próprios, individuais – algo que sempre fiz questão, para que eles crescessem junto comigo, mas também por conta própria.

InfoMoney: No início, como foi se tornar o pilar financeiro da sua família, uma responsabilidade que pode pesar bastante, principalmente na juventude?

Danilo Luiz: Sim, sem dúvida. Por isso o papel da família de ser um suporte e não pressionar é muito importante para que haja esse crescimento de consciência que traz o crescimento de patrimônio. Acredito que precisamos muito de educação financeira, principalmente para atletas. Esse é um gap que existe no futebol. Os atletas passam a ganhar muito em um curto espaço de tempo e com uma idade ainda, digamos, que não é a ideal [para lidar com um ganho tão alto]. Os clubes e até a Confederação Brasileira de Futebol poderiam repensar a educação financeira para atletas.

“Precisamos muito de educação financeira, principalmente para atletas. Esse é um gap que existe no futebol. Os atletas passam a ganhar muito em um curto espaço de tempo e com uma idade que não é a ideal [para lidar com um ganho tão alto]”

InfoMoney: Hoje, qual é o maior desafio para um atleta jovem: lidar com as redes sociais ou outros problemas?

Danilo Luiz: O mundo tem muitas distrações hoje e a internet e as redes sociais são, talvez, as mais importantes. O atleta fica muito acessível. Todo mundo consegue expressar uma opinião sobre você. Isso não é fácil de gerir. Como falei, existe o aspecto financeiro, de passar a ganhar uma quantia muito maior aos 18 anos, e junto a isso, passar a ser observado por milhões de pessoas, com cobrança por performance e comportamento.

Penso que deve existir também um suporte psicológico que ensine a lidar com a pressão, para não deixar os jovens reféns das avaliações das redes sociais. Sempre digo que é muito importante a gente não ser refém das circunstâncias, porque aí você está sempre na mão das outras pessoas.

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InfoMoney: Como é para você trabalhar com um técnico jovem como o Felipe Luiz? O que é diferente?

Danilo Luiz: Quando jogávamos juntos na seleção brasileira, eu e Filipe sempre tivemos um pensamento muito parecido sobre futebol (…) Ele tem uma visão de futebol moderna, agressiva e que busca o domínio total da partida – que tem dado certo. Essa forma de trabalhar foi uma das principais razões para eu decidir voltar ao Brasil e ao Flamengo, pois queria um treinador como ele.

Com a idade e a experiência que ele tem, o Filipe ainda vai amadurecer bastante no que diz respeito à gestão do elenco e a todas as responsabilidades que envolvem o papel de treinador (…) Mas acredito que ele está fazendo um excelente trabalho. A cada dia que passa, vejo o Felipe mais confortável e seguro nesse papel. Existem vários estilos de liderança, e o dele é mais tranquilo, pacato. Ele preza por uma comunicação calma, com um tom mais baixo, que funciona muito bem e consegue realmente chegar à cabeça dos atletas.

InfoMoney: O que você pretende fazer quando parar de jogar futebol?

Danilo Luiz: Tenho contrato com o Flamengo por mais um ano. Quando acabar, vou refletir com se continuo jogando. Não quero jogar futebol até muito tarde (…) Tenho muitas portas e janelas abertas na minha mente. Com certeza, pretendo fazer faculdade de psicologia, um tema que me fascina (…) Também comecei a fazer jornalismo, na modalidade EAD, porque adoro comunicação. Vejo isso como uma ferramenta importante para o meu pós-carreira, especialmente para os projetos que tenho, como a Voz Futura. O futebol, claro, é minha paixão e o que faço de melhor, tanto dentro quanto fora de campo, nas estruturas do esporte. Acredito que não preciso me limitar a uma única função.

InfoMoney: Agora que você é colunista do InfoMoney, representando a Voz Futura, que tipo de conteúdo podemos esperar?

Para mim, é uma grande honra e um prazer poder escrever para o InfoMoney. O tipo de experiência que quero compartilhar aqui é, acima de tudo, a experiência de vida. Acredito que tudo o que vivemos tem um valor imenso, e é justamente isso que valorizo muito na Voz Futura: contar histórias como se estivéssemos lendo um jornal de dentro para fora.

A partir dessa perspectiva, é possível focar e prestar atenção em cada detalhe, onde sempre encontramos muita resiliência e momentos decisivos que marcam a virada na vida de cada pessoa. Essas histórias podem servir como ensinamentos e aprendizados valiosos para quem observa com atenção.

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