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Militares rebeldes de Madagascar afirmaram neste domingo (12) ter assumido o comando das Forças Armadas do país, enquanto o presidente Andry Rajoelina denunciou uma “tentativa ilegal de tomada do poder”. O grupo, da unidade de elite CAPSAT, declarou ter centralizado o controle do Exército após se unir a protestos liderados por jovens da “Gen Z Madagascar”.
Em comunicado, a Presidência afirmou “informar à nação e à comunidade internacional” que uma tentativa de golpe “ilegal e pela força” está em andamento. O texto acrescenta que Rajoelina “condena veementemente essa tentativa de desestabilização” e convocou “todas as forças da nação” a se unirem em defesa da ordem constitucional e da soberania nacional.
O governo não identificou diretamente os responsáveis, mas o CAPSAT, corpo de pessoal e serviços administrativos e técnicos do Exército, anunciou em vídeo que “todas as ordens do Exército de Madagascar, sejam terrestres, aéreas ou navais”, passariam a ser emitidas de seu quartel-general. A mesma base liderou um motim em 2009 que levou o atual presidente ao poder.
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Entenda a crise

Os atos começaram em 25 de setembro, com reivindicações por falhas nos serviços de água e eletricidade, e se ampliaram para denúncias de corrupção, nepotismo e falta de oportunidades. O movimento “Gen Z Madagascar”, composto principalmente por jovens, vem liderando as manifestações na capital, Antananarivo.
Segundo balanço da ONU, 22 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas desde o início dos protestos — números que o governo contesta, dizendo haver 12 mortos e atribuindo as vítimas a “saqueadores”.
Rajoelina, de 51 anos, chegou ao poder após um golpe em 2009 e venceu eleições em 2018 e 2023, ambas marcadas por boicotes da oposição. Madagascar, uma das nações mais pobres do mundo, enfrenta recorrentes períodos de instabilidade política e cerca de 75% da população vive abaixo da linha da pobreza, segundo o Banco Mundial.