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Gabriel Guedes
11 de out, 2025, 03:00
Bicampeão da CONMEBOL Libertadores e do Mundial de Clubes pelo São Paulo em 1992 e 1993, Cafu "pulou o muro" e também construiu história no Palmeiras, onde fez parte de um dos maiores elencos da história do clube palestrino e conquistou o Campeonato Paulista de 1996.
Antes disso, porém, o histórico lateral-direito da seleção brasileira teve uma passagem frustrada pelo Zaragoza, da Espanha, e uma outra "relâmpago" pelo Juventude, adversário do Verdão em jogo atrasado do Brasileirão neste sábado (11), às 19h (de Brasília), no Allianz Parque.
Parte do elenco tetracampeão com a seleção em 1994, ainda quando defendia o Tricolor, Cafu despontou jovem. Aos 24 anos, já tinha dois Mundiais e uma Copa do Mundo na bagagem quando resolveu deixar o São Paulo rumo ao Zaragoza para iniciar sua trajetória no futebol europeu.
E se no início dos anos 90 o time de Telê Santana encantava o mundo, o rival Palmeiras iniciava também uma de suas eras mais vitoriosas, com aportes milionários da multinacional Parmalat, que elevaram o clube de patamar montando verdadeiros esquadrões.
De olho nesse "novo Palmeiras" que surgia, o São Paulo incluiu ao negociar Cafu uma cláusula que o impedia de voltar do futebol espanhol diretamente para outro clube paulista. Caso o destino após sair do Zaragoza fosse o Brasil e, mais especificamente o rival de muro do Tricolor, seria cobrada uma multa de US$ 3,6 milhões, à época uma cifra bem elevada.
Na Espanha, o sucesso não foi o esperado, e a passagem acabou sendo abreviada após uma pubalgia. No fim, Cafu disputou apenas 17 partidas pelo Zaragoza. Um dos clubes interessados no futebol do lateral foi justamente o... Palmeiras da Parmalat. Mas a multa a ser paga ao Tricolor parecia um entrave para o andamento de qualquer conversa.
'Linha auxiliar', Juventude foi casa por um mês e virou 'ponte' para o Palmeiras
Em tratamento de lesão e sem poder deixar a Europa diretamente para o milionário Verdão, Cafu foi contratado pela Parmalat para o Juventude, que à época também recebia investimentos da empresa e muitas vezes servia como "braço direito" do Palmeiras.
"Eu saí do São Paulo e fui para o Zaragoza com contrato de seis meses e possível extensão para dois anos. Mas cheguei lá e machuquei... Tive uma pubalgia, joguei pouco no clube, e houve o interesse do Palmeiras, que foi falar comigo, mas eu falei: 'Olha, eu não posso voltar para o Palmeiras. Posso voltar para qualquer clube do Brasil, menos o Palmeiras, era uma cláusula do meu contrato'. Eu também não tinha intenção de voltar para o Brasil, queria ficar pelo menos quatro anos para ver como funciona o futebol europeu", contou Cafu em entrevista ao podcast Flow Sport Club.
"Mostrei para o Palmeiras a cláusula, eles levaram para o jurídico e depois me disseram que tinham uma solução para o meu contrato. Eu disse que não sabia como eles fariam isso, mas, caso o clube resolvesse a burocracia, iria para o Palmeiras. Depois me disseram que eu iria para o Juventude, que era um braço do Palmeiras, patrocinado pelo mesmo grupo, e eu ficaria no Juventude um bom tempo para me recuperar e voltar a jogar", seguiu o ex-jogador.
"E eu fui para o Juventude e fiquei um mês no clube, joguei três jogos, comi polenta, javali... Pessoal de Caxias, muito obrigado, foi um mês incrível, a amizade, hospitalidade, a maneira que eles me trataram. Que cidadezinha bacana", relembrou ao podcast, acrescentando que se apresentaria no Palmeiras a tempo de ter cerca de um mês de preparação para reforçar o Palmeiras em decisão eliminatória contra o Grêmio.
Em sua estreia, pela Libertadores de 1995, o Verdão acabou sofrendo goleada por 5 a 0 em Porto Alegre, sendo eliminado na volta em São Paulo após vencer, de virada, por 5 a 1, com direito ao primeiro gol de Cafu com a camisa alviverde. Naquele ano, o Grêmio foi bicampeão da Libertadores, superando o colombiano Atlético Nacional na final.
O São Paulo acionou a Fifa pela negociação burlar o estipulado em contrato, com a ida para o Juventude sendo uma mera obrigação legal, como ficou evidente após a passagem de Cafu pelo Jaconero ter durado apenas um mês e três jogos, e foi determinado que o Palmeiras pagasse ao Tricolor uma multa de US$ 1 milhão, bem menos do que o valor originalmente previsto.
Cafu não foi único a fazer 'intercâmbio de alviverdes'
Campeão gaúcho invicto contra o Internacional em 1998 e campeão da Copa do Brasil de 1999 diante de um Maracanã lotado contra o Botafogo, o Juventude viveu uma 'era de ouro' com a Parmalat por trás no final do século passado.
Além de Cafu, que acabou não rendendo os frutos esperados ao clube gaúcho, outros nomes como Galeano, Odair, Alex Alves, Maurílio, Jean Carlo, Marquinho, Sandro Blum, Lauro e Macula passaram por Juventude e Palmeiras.
Dorival Júnior, atual técnico do Corinthians, à época o volante 'Júnior', também foi um dos que provavelmente nunca jogaria pelo Juventude, mas passou pela equipe em seu momento de 'vacas gordas' com os aportes da Parmalat.
Próximos jogos do Palmeiras:
Juventude (C) - 11/10, 19h (de Brasília) - Brasileirão
Red Bull Bragantino (C) - 15/10, 19h (de Brasília) - Brasileirão
Flamengo (F) - 19/10, 18h30 (de Brasília) - Brasileirão

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