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Pedro Ivo Almeida
13 de out, 2025, 20:29
Quem vê o terno meticulosamente recortado na beira do gramado nem imagina como é Carlo Ancelotti nos bastidores. Por trás do traje social que usa desde os tempos em que dirigiu os maiores clubes do mundo, está um senhor religioso e que faz até lembrar um nome que marcou época pela seleção brasileira: Mário Jorge Lobo Zagallo.
Pois é a inspiração no único homem tetracampeão do mundo (1958 e 1962 como jogador, 1970 como técnico e 1994 na função de coordenador) que fez a Nike, fornecedora de material esportivo do Brasil desde 1997, presentear Ancelotti com um kit que o deixou até emocionado.
Minutos antes da goleada por 5 a 0 sobre a Coreia do Sul, Carletto recebeu de presente um agasalho novo, no modelo imortalizado por Zagallo na Copa do Mundo de 1998 e com as iniciais C.A., um escapulário, um tênis personalizado com as palavras fé e serenitá (que ele usa bastante) e uma carta (veja abaixo na íntegra).
A ideia do presente era oferecer ao italiano algo além do trivial, que fosse de fato marcante. Ancelotti, como todos que o conhecem sabem, é muito religioso, assim como era Zagallo, devoto de Nossa Senhora de Fátima e de quem o atual comandante da seleção já disse ser fã.
Ancelotti mostrou-se emocionado com o presente, que chega também com a missão de conectá-lo ao futebol nacional de maneira mais abrangente.
Veja a carta recebida por Ancelotti:
Caro Ancelotti,
Na sua apresentação à frente da Seleção Brasileira, o senhor recebeu o histórico agasalho de Zagallo. Naquele momento, também lhe foi entregue algo invisível, porque um tetracampeão mundial nunca se despede. Ele atravessa gerações. Permanece. É mais do que história. É um estado de espírito.
E quando se fala de Zagallo, sempre há algo mais. Como se o tempo fizesse silêncio para ouvi-lo. Como se o futebol aguardasse sua bênção.
Zagallo é o maior campeão da nossa história. Foi ele quem batizou a camisa com o nome de "Amarelinha", como quem reconhece um manto. Era devoto de Santo Antônio, o santo celebrado no dia 13, número que Zagallo transformou em símbolo de sorte, proteção e fé.
O 13 passou a fazer parte de sua identidade. Acreditava que tudo o que carregasse esse número traria sorte. Levava no bolso uma pequena imagem de Santo Antônio a cada partida. Era sua fé, seu amuleto, sua forma invisível de entrar em campo.
Neste presente, reunimos dois símbolos dessa fé que transcende o campo de jogo. À direita, a imagem de Santo Antônio, o santo de devoção de Zagallo, como símbolo de esperança. À esquerda, São Padre Pio, figura que o Senhor bem conhece e admira.
Sabemos que o senhor reza todos os dias. Não por vitórias, mas por paz, saúde e serenidade. E talvez por isso mesmo seja tão especial tê-lo aqui, com a nossa Seleção. Este presente fala disso. Dá fé. Daquilo que não se vê, mas guia. Daquilo que não se treina, mas se carrega no peito.
O Brasil conta agora com o reforço de Zagallo no céu. E o torcedor, aqui na Terra, tem mais alguém a quem recorrer. Ele observa tudo lá de cima. E, sem dúvida, está feliz em ver a Seleção Brasileira em suas mãos.
No dia 10 de junho, o senhor celebrou mais um ano de vida. Três dias depois, celebramos Santo Antônio, ou santo do dia 13. Não é por acaso que a frase "ANCELOTTI HEXA" tem treze letras.
Boa sorte, mister!