Ceni explica chance a garoto de 16 anos que causou briga entre Bahia e Corinthians: 'Não vou ser hipócrita'

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ESPN.com.br

6 de out, 2025, 10:04

Em entrevista coletiva após a vitória sobre o Flamengo, no último domingo (5), pelo Campeonato Brasileiro, o técnico do Bahia, Rogério Ceni, explicou por que colocou o garoto Kauê Furquim, de apenas 16 anos, na partida, sendo que ele ainda não havia feito sua estreia profissional pelo Esquadrão.

O jovem atleta, que foi "pivô" de uma enorme briga de bastidores entre Bahia e Corinthians após sua contratação pelo time de Salvador, em agosto deste ano, ingressou na vaga de Everton Ribeiro no segundo tempo da partida.

Ceni disse que não seria "hipócrita" e salientou que só colocou Kauê para jogar porque estava desfalcado de algumas de suas principais opções no ataque, como Erick Pulga e Sanabria.

Apesar disso, ele elogiou Furquim e disse que vê enorme futuro no jogador.

"Não vou ser hipócrita. O que me motivou (a colocar Kauê Furquim no jogo) foi a ausência do Pulga, do Sanabria, o Ademir ter pouco tempo para jogar. Eu tinha que ter uma opção a mais de velocidade no banco e optei por ele hoje", explicou.

"É um jogador em que vejo bastante potencial. Não para hoje, mas tem potencial para ser desenvolvido. É um ponta que recebe bem a bola, dribla bem em movimento e tem algo que poucos pontas têm: sabe trazer para dentro e acha muito bem o timing para enfiada de bola, se tiver um 9 que ataca espaço", seguiu.

"Agora, ele tem 16 anos, né? Se eu falar outra coisa, que eu achei algo, vou estar mentindo, então estou sendo honesto. Se eu tivesse Sanabria e Pulga, (Kauê) provavelmente ele não estaria na lista (de relacionados) hoje, mas esteve e viveu uma situação que eu nunca vivi na minha vida, de enfrentar o Flamengo com 16 anos num jogo de Campeonato Brasileiro", lembrou.

"(A estreia de Kauê) É um motivo de alegria, um investimento adquirido pelo clube para no futuro ter ganho financeiro e usufruir da parte técnica. Fico feliz por ele, pela oportunidade. Provavelmente estava nervoso e esqueceu uma coisa ou outra que a gente pede. Teve a grande oportunidade de fazer o gol, porque caiu na perna boa dele, mas fico feliz por ser mais um jogador de base estreando com a gente", festejou.

"As pessoas falam: 'Ah, você é muito cauteloso'. Sim, sou cauteloso, mas se você me der um jogador de 16 anos pronto, eu vou usar. No São Paulo, eu fui para uma pré-temporada com 55% dos jogadores da base subidos por mim. Claro, no Flamengo talvez menos, João Gomes por exemplo, porque é um time que te fornece um material já pronto. Mas eu sempre utilizei a base", argumentou.

"Fazer surgir um Beraldo, depois vendido por 20 milhões pelo São Paulo. Eu gosto muito de trabalhar com jovem. Prefiro trabalhar com mais jovens do que com os mais velhos, mas precisa esperar o ponto de maturação de cada um chegar para não queimar etapas", complementou.