Bruno Marques revela como a Teoria de Wyckoff mudou sua visão sobre o mercado

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Com 15 anos de experiência, Bruno Marques não romantiza a jornada até a consistência no mercado financeiro. Goiano de Formosa (GO), com formação em Administração, começou a operar ainda na faculdade, em 2006 — mas não foi na B3.

“Eu comecei no Forex. Mercado internacional. Tinha uma dificuldade tremenda de abrir conta em corretora. A gente mandava documentação via correio para a Suíça para abrir conta”, relembra.

Convidado do episódio 241 do GainCast, Bruno Marques compartilhou sua trajetória no mercado, que começou de forma pouco convencional: um grupo de jovens universitários organizados em turnos entre 6 e 8 horas para cobrir o mercado 24h por dia — tudo ainda em conta demo.

“Era um bando de moleque novo querendo ficar multimilionário com 20 e poucos anos. A gente virava noite estudando, operando, dividia os turnos com um nível de profissionalismo absurdo”, afirma.

Segundo ele, o grupo mantinha controle rígido de performance. “Todo turno tinha seu líder. A gente fazia passagens de turno como se estivesse numa mesa profissional”, relata.

Durante quase seis anos, Marques operou exclusivamente em ambiente simulado. “O acesso à informação era mínimo. Não existia curso online, não existia YouTube. O que a gente tinha era livro, a maioria em inglês. Mesmo assim, a gente via que estava próximo de dar certo”, diz.

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Wyckoff, lógica e comportamento humano

A virada veio quando, após muita insistência, um participante de fórum compartilhou com ele o conteúdo que mudaria seu entendimento de mercado. “Foi uma virada de chave. A gente foi o primeiro a falar disso aqui no Brasil. Descobri a Teoria de Wyckoff, e aí tudo começou a fazer sentido”, explica.

Desde então, Marques passou a enxergar o mercado como uma representação do comportamento humano. “O mercado nada mais é do que o reflexo do comportamento humano. Mesmo com robôs, quem programou foi um ser humano”, observa.

Hoje, ele estrutura suas operações com base em três pilares: contexto, região de liquidez e gatilho técnico.

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“O preço tem que estar suportado por alguma coisa. No meio do caminho, eu não tomo decisão nenhuma. Quando o mercado desenha o contexto e chega em uma região aguardada, aí eu espero um gatilho. Pode ser um candle, uma inversão de fluxo ou até um padrão de confirmação”, detalha.

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Técnica, risco e emocional em equilíbrio

A disciplina segue sendo um dos valores centrais do seu operacional. “Meu primeiro trade do dia é o que eu mais filtro. Se começar o dia acertando, é igual abrir a porteira”, comenta.

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Segundo ele, mesmo depois de tantos anos de tela, reforça a importância do controle de risco e do autoconhecimento. “Você tem que entender qual o valor financeiro que pode perder no dia. Se tomar dois stops, eu fico mais seletivo. Será que fui eu que li errado o mercado? Ou foi só estatística?”, reflete.

Sobre robôs, Marques é claro. “Eu acho que robô vai ser o futuro. Mesmo que seja complementar. Mas o cara que não tá olhando pra isso hoje tá deixando dinheiro na mesa”, afirma.

Ainda assim, ele alerta para os riscos comportamentais envolvidos. “A maioria entra no topo da performance do robô. Aí pega o drawdown, desliga, e perde a retomada. É um jogo de médio a longo prazo”, conclui.

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Entre contas reais, viagens e mercado, Marques encontrou um equilíbrio. “Opero menos alavancado, busco as oportunidades que fazem sentido para mim. O trader que é trader opera oportunidade”, pontua.

Para ele, o mercado continua sendo desafiador, mas também é sinônimo de liberdade: “Você sabe que, se tiver um computador e uma internet, consegue pagar as contas. Isso te dá uma tranquilidade absurda”, finaliza.

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