Brigas por dinheiro entre casais: por que acontecem, e como podemos evitá-las?

há 1 semana 3
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Quando o assunto é vida a dois, poucas coisas costumam mexer mais com os ânimos do que o bolso, e há números que comprovam isso. Em maio deste ano, uma pesquisa feita pela Serasa apontou que as brigas por dinheiro entre casais atingem mais da metade das famílias brasileiras.

No mesmo levantamento, quase 50% dos entrevistados admitiram já terem escondido gastos ou dívidas do parceiro em algum momento – a chamada “infidelidade financeira”. Além de trazer problemas sérios ao orçamento doméstico, não falar claramente sobre dinheiro acaba minando a confiança de ambos.

Atitudes que mais causam brigas por dinheiro entre casais

A partir de análises e declarações de especialistas, o InfoMoney selecionou os quatro motivos que costumam estar entre os que mais desestabilizam a vida financeira de um casal. Veja a seguir.

1 – Dívidas no cartão de crédito

De solução prática, o cartão de crédito pode se transformar rapidamente em uma armadilha financeira. No ano passado, ele respondeu por quase 30% das dívidas em atraso, segundo a Serasa.

E esse problema fica ainda mais grave entre casais quando um dos parceiros faz uma compra mais cara e não avisa o outro. A parcela de uma TV ou da mobília nova, por exemplo, pode desequilibrar as contas e afetar o orçamento por vários meses.

Para Fernando Lamounier, diretor da Multimarcas Consórcio e educador financeiro, grande parte dos problemas financeiros dos casais tem a ver com o mau uso do cartão de crédito.

“Um parceiro pode fazer compras que o outro considera não essenciais, causando desentendimentos sobre quais as prioridades financeiras do casal. Isso pode levar a sentimentos de desconfiança e ressentimento na relação”, disse em entrevista ao Estadão E-Investidor.

José Cesar da Costa, presidente da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL), também alerta para o perigo do superendividamento. Um levantamento da entidade e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) realizado em junho último apontou que 54% dos consumidores entrevistados não faziam controle dos gastos no cartão de crédito. E 82% dos que utilizavam o rotativo do cartão não tinham ideia do que pagavam de juros.

“O crédito é um importante aliado do consumidor na hora de adquirir um bem, mas deve ser utilizado com muita cautela e organização financeira. Caso contrário, pode se tornar um grande problema, levando ao superendividamento e à inadimplência”, disse o dirigente.

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2 – Hábitos de consumo diferentes

Muitas vezes, o problema não é quanto se gasta, mas como cada um usa o seu dinheiro. 

Quando as prioridades são diferentes – enquanto um busca experiências e consumo imediato, o outro está com a cabeça no longo prazo – surgem as brigas por dinheiro entre casais.

O psicólogo Osvaldo Marchesi Júnior aborda o tema no artigo sobre diferenças de motivação financeira, publicado no site da Neuroflux. Para ele, a educação e as experiências pessoais moldam a relação que cada pessoa tem com o dinheiro, e um casal precisa falar abertamente sobre isso.

“Quando as diferenças não são discutidas abertamente, desentendimentos e ressentimentos se acumulam, gerando tensão constante no relacionamento”, diz.

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3 – Falta de planejamento conjunto

Definir um orçamento e cumprir as suas condições é fundamental para as finanças do casal, mas o planejamento conjunto vai além disso. Se os sonhos não estiverem alinhados, cada um vai acabar tomando o seu rumo com o passar do tempo. 

Em certa medida, este ponto tem relação com o anterior, pois o planejamento financeiro também envolve hábitos de consumo. Logo, se um está pensando na aposentadoria enquanto o outro quer viajar e aproveitar o presente, o resultado será o desgaste da relação.

4 – Divisão desproporcional das despesas

Outro ponto que provoca frequentes brigas por dinheiro é a forma de dividir as contas. Para muitos casais, a lógica do “meio a meio” ainda é a mais justa, mesmo que existam diferenças salariais entre ambos. 

Mas essa acaba sendo mais uma forma de gerar ressentimentos e minar a relação, por motivos óbvios: quem ganha menos vai sentir a injustiça da sobrecarga financeira, e quem ganha mais pode cobrar satisfações do outro ao perceber o seu descontentamento.

A planejadora financeira Thaisa Durso falou à CNN Brasil sobre o que considera uma divisão justa de despesas. Segundo ela, justiça não é o mesmo que igualdade, a não ser que ambas as partes tenham a mesma condição financeira, e trouxe um exemplo bem didático:

“Se um parceiro ganha R$ 6 mil e outro ganha R$ 4 ,mil, eles podem dividir uma despesa de R$ 2 mil em 60% (R$ 1.200) para quem ganha mais e 40% (R$ 800 para quem ganha menos. Isso vai ajudar a manter o esforço financeiro equilibrado”, diz.

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