Brasil prepara novo Programa Estratégico de Sistemas Espaciais

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Rio de Janeiro, 07/10/2025 - 24a Edição - Congresso Latinoamericano de Satélites 2025 - - Apresentação - Brigadeiro do Ar Colen, Chefe da Terceira Subchefia do EMAER - (Foto: Rudy Trindade)

Uma nova versão do Programa Estratégico de Sistemas Espaciais (PESE) está em sua reta final de análise e deve ser assinada ainda neste mês de outubro, definindo diretrizes de defesa e soberania para atividades especiais do Brasil em um momento de preocupação crescente com a ocupação militar do espaço.

A perspectiva foi abordada nesta terça-feira, 7, pelo brigadeiro do ar Éric Cézzane Cólen Guedes. Ele participou do primeiro dia do Congresso Latinoamericano de Satélites – promovido pela Glasberg Comunicações e por TELETIME no Rio de Janeiro. Segundo Cólen, o novo PESE pode ser assinado no próximo dia 15 de outubro. A versão atual do plano é de 2018.

A revisão busca um mapeamento e a priorização de tecnologias espaciais críticas para defesa e soberania. Hoje, o País utiliza tecnologia satelital em várias atividades estratégicas, como comunicações, imageamento e monitoramento (em resposta à mineração ilegal ou a desastres, por exemplo). Em muitos dos casos, com dependência de soluções estrangeiras.

Neste sentido, a intenção é buscar um alinhamento do PESE com outras políticas do governo, incluindo a industrial. "Gostaríamos de ter empresas nossas que efetivamente nos deem autonomia no espaço. Por isso a necessidade de alinharmos e construirmos junto à indústria nacional essas capacidades", afirmou Cólen.

Domínio militar do espaço

Durante o Congresso Latinoamericano de Satélites, o brigadeiro do ar também chamou atenção para o crescimento do domínio militar da órbita terrestre por nações estrangeiras. "Há uma preocupação com o que tem acontecido militarmente no espaço", apontou o representante da Força Aérea Brasileira.

O movimento seria marcado pelo "incremento exponencial" de armas anti-satélites na órbita terrestre, equipadas com mísseis, além do emprego de artefatos capazes de navegar no espaço para causar disrupção em outros satélites – algo que tem sido realizado no contexto da Guerra da Ucrânia, por exemplo.

"Olhando a geopolítica, hoje nós estamos vivendo um momento bem atípico, com vários conflitos e discussões", resumiu o brigadeiro. "Outra preocupação é a quantidade de sistemas e debris que estão indo para o espaço, e como vai ser o futuro […] Vemos uma corrida muito forte em direção às órbitas e o próximo passo será a Lua. Então são temas com os quais nos preocupamos", sinalizou o militar.

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