Boto aponta qual seria o destino de Estêvão se ele ainda estivesse na Europa

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  • ESPN.com.br

7 de out, 2025, 09:33

José Boto, nome responsável pelo futebol do Flamengo, concedeu entrevista ao diário Record, de Portugal, e falou sobre a perda de força dos clubes portugueses no mercado da bola.

Para o dirigente, os times europeus de maior força financeira entenderam que comprar atletas jovens “direto da fonte” sairia mais barato, o que fez com que potências de revenda nas últimas décadas como Porto e Benfica ficassem para trás.

Um dos exemplos utilizados por Boto foi o garoto Estêvão, ex-Palmeiras. Vendido pelo Verdão ao Chelsea em junho de 2024 em uma negociação de 61,5 milhões de euros (R$ 358 milhões), a joia poderia ter vestido a camisa de um dos gigantes portugueses caso essa negociação tivesse acontecido em outro período.

“Os clubes europeus que compravam jogadores ao Benfica começaram a perceber que tinham que vir aqui, direto à fonte. Eles começaram a vir ao Brasil e a contratar esses jovens. Talvez hoje o Benfica, o Porto e o Sporting já não tenham essa possibilidade de levarem esses jogadores que levavam entre 2007 e 2015”.

“Eram fáceis de levar e depois eram revendidos por muito dinheiro. A partir de uma certa altura, o Real Madrid veio aqui buscar o Vinícius Jr. ou o Rodrygo diretamente, o Chelsea veio buscar o Estêvão, e hoje é quase impossível um clube português vir buscar um jogador desse nível”.

“Se fosse há uns 10 anos, talvez o Estevão tivesse ido para o Benfica ao invés de ir para o Chelsea. Isso tornou a vida dos clubes portugueses mais difícil, embora eles saibam se reinventar e procurar outros mercados sempre com muito sentido”, analisou Boto.

Ainda ao Record, o dirigente explicou a atual visão de mercado que tenta implementar no Flamengo e por que é difícil para o time carioca contratar jovens promessas para depois revender por cifras astronômicas ao futebol europeu, estratégia utilizada pelos clubes portugueses há algumas décadas.

“O Flamengo é um pouco diferente por que nós procuramos trazer jogadores com um pouco mais de nome e já com currículo, o que deixa os adeptos um pouco mais descansados. Não é fácil mudar essa mentalidade, essa cultura, e nós temos que nos adaptar a ela, ao lugar onde trabalhamos”.

“Não é fácil fazer no Flamengo porque aqui não existe essa cultura. Mas isso acaba por não acontecer, pois preferem trazer aqueles que os brasileiros chamam de 'medalhões', às vezes com custos muito elevados para a realidade desses clubes, ao invés de fazer mais trabalho de scouting”, explicou.

“Existem muitos bons jogadores no Brasil, na Argentina, na Colômbia e poderiam até competir com os clubes europeus trazendo esses jogadores primeiro. O Flamengo pela sua dimensão e pela disponibilidade financeira, não precisa tanto desse trabalho, mas é algo que fazemos aqui, com jogadores que não são conhecidos e que têm uma possibilidade de virem a ser conhecidos no Flamengo e não em outros clubes”.

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