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As ações em Wall Street recuaram nesta quinta-feira (13), com as ações de tecnologia pressionando os principais índices, mesmo com uma rotação mais ampla ocorrendo nos bastidores. Os investidores também se mostraram pessimistas em relação às perspectivas para as taxas de juros, mesmo com a reabertura gradual do governo americano após um período de paralisação recorde.
O Dow Jones Industrial Average caía 1,3%, recuando em relação às máximas históricas da sessão anterior. O S&P 500 recuava 1,6% e apresentou quedas significativas no setor de serviços de comunicação, liderado pela Disney que caiu 7% devido a resultados mistos no quarto trimestre fiscal da empresa, bem como no setor de tecnologia da informação. O Nasdaq Composite é a maior baixa entre os índices, com perdas de 2,5%.
Os investidores continuaram a vender ações de empresas de tecnologia, especialmente aquelas do setor de inteligência artificial, em meio a preocupações com os valuations. Apesar do Nasdaq ter começado a semana em alta, o índice, com forte presença de empresas de tecnologia, caminhava para fechar com o terceiro dia consecutivo de perdas na quinta-feira, pressionado por gigantes como Nvidia, Broadcom e Alphabet.
“Parece-me uma consolidação natural”, disse Ron Albahary, diretor de investimentos da Laird Norton Wealth Management, à CNBC, classificando a correção do dia como “saudável”. “Parte da narrativa da IA, acredito, é que em algum momento todo esse [investimento de capital] vai se manifestar. Os benefícios se manifestarão na economia em geral, então, se começarmos a ver os setores de saúde, manufatura e indústria se beneficiarem da IA, isso corrobora a narrativa geral de que o investimento em IA aumentará a produtividade em todos os setores.”
Uma mudança repentina na perspectiva das taxas de juros também pressionou as ações. Os mercados precificavam uma probabilidade de mais de 49% de que o Federal Reserve, que depende de dados, de fato cortará sua taxa básica de juros overnight em sua última reunião do ano, em dezembro. Isso representa uma queda acentuada em relação à probabilidade de 62,9% precificada pelos mercados um dia antes, de acordo com a ferramenta CME FedWatch.
O banco central estava operando às cegas em meio à paralisação governamental mais longa da história, já que estava sem importantes relatórios econômicos, como o relatório de empregos de outubro e os dados de inflação. A secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou na quarta-feira que esses relatórios podem nunca ser divulgados e que a paralisação poderia reduzir o crescimento econômico do quarto trimestre em até 2 pontos percentuais. A maioria dos economistas, no entanto, espera um impacto mínimo no PIB dos EUA.
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A longa paralisação, que durou mais de seis semanas, terminou na noite de quarta-feira, quando o presidente Donald Trump sancionou uma lei de financiamento do governo. A medida, que havia sido aprovada pela Câmara dos Representantes naquela mesma noite, após sua aprovação no Senado na segunda-feira, financiará as operações do governo até o final de janeiro.
“Embora sempre tenhamos previsto que muitos dos dados perdidos durante a paralisação permaneceriam incertos, há dúvidas sobre como serão os dados de inflação e emprego quando esses relatórios voltarem a ser divulgados”, disse Carol Schleif, estrategista-chefe de mercado da BMO Private Wealth. “Não nos surpreenderia ver alguma volatilidade no mercado nas próximas semanas, à medida que os mecanismos governamentais e a divulgação de dados econômicos voltam a funcionar.”
Essa rotação tem sido um alívio para alguns investidores que buscavam uma diversificação do mercado, mas também pode sinalizar uma crescente cautela em relação a ativos de risco. Na quarta-feira, o Nasdaq fechou o dia em queda, enquanto o Dow Jones fechou acima de 48.000 pontos pela primeira vez, colocando o índice de 30 ações a caminho de seu melhor desempenho semanal desde o final de junho.
(com Reuters e agências internacionais)

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