Bap ameniza críticas à arbitragem: 'Os clubes têm uma solução melhor?'

há 2 horas 1
ANUNCIE AQUI
  • ESPN.com.br

10 de out, 2025, 13:16

Em entrevista durante evento no Rio de Janeiro, o presidente do Flamengo, Luiz Eduardo Baptista, amenizou o tom das críticas à arbitragem do Campeonato Brasileiro.

Bap não seguiu a mesma linha do diretor de futebol José Boto, que falou em atuações "suspeitas" dos juízes, e evitou novos atritos com a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) ao seguir uma linha mais comedida.

Falando sobre a recente derrota para o Bahia, que tirou a equipe da Gávea da liderança da Série A, o dirigente afirmou que o Rubro-Negro não deve procurar "muletas" e não culpou a arbitragem pelo resultado.

"Como dirigente, a gente também tem que parar de buscar muletas quando a gente não joga bem. Eu não acho que o Flamengo perdeu para o Bahia por causa da expulsão do Danilo", iniciou.

"A expulsão do Danilo compromete uma estratégia de jogo? Compromete. Atrapalha o plano que foi montado? Atrapalha. Mas não é verdade que o Flamengo perdeu aquele jogo e a liderança apenas por causa disso", acrescentou.

"Nunca é um fator só, são vários fatores. Parte deles são de responsabilidade nossa, parte tem a ver com o imponderável do futebol, que faz que a gente tenha essa paixão, e parte tem a ver com a primeira parte, que é eventualmente o erro do árbitro", argumentou.

"O Botafogo perdeu um jogador expulso com um minuto na final da Libertadores, dominou e ganhou o jogo. Quem viu o jogo achava que o Botafogo não tinha um jogador a menos em campo. Eles conseguiram achar alternativas e soluções para uma perda naquele momento. A derrota nunca é por um fator só", apontou.

"A expulsão do Wallace Yan atrapalhou o Flamengo? Claro que atrapalhou. A gente já estava perdendo por 1 a 0 naquela altura. A expulsão dele foi no final do jogo. Isso foi determinante para a derrota? Se ele tivesse ficado em campo, talvez a gente pudesse ter buscado um empate, uma virada, mas também não é garantido", complementou.

Na sequência, Bap fez longa análise sobre a má fase da arbitragem nacional e salientou que a CBF vem tentando mitigar os erros.

De acordo com o presidente flamenguista, os clubes reclamam com frequência à entidade sobre os juízes, mas não conseguem apresentar planos para a melhora do cenário.

"A comissão de arbitragem diz (aos clubes): 'Os árbitros são seres humanos, eles são impactados pelo calor do jogo, pela maneira como os jogadores tratam eles', e é tudo verdade. Vou contar um segredo para vocês: os jogadores também são seres humanos, também são impactados pelas atitudes dos árbitros. E também têm o direito de achar que, em situações semelhantes, ele está tratando supostamente iguais de maneira diferenciada, e isso gera um desafio", discursou.

"Como é que você resolve isso? Com acompanhamento, com critério, com treinamento, e isso é um processo que leva tempo. A gente critica a CBF a respeito disso. Os clubes têm uma alternativa, uma solução melhor para isso? Não temos", reconheceu.

"Isso significa dizer que a gente não possa ter? Não, a gente pode ter, a gente deve ter. Mas isso demanda o quê? Tempo, dedicação, trabalho, esforço. Isso não é feito de dia para noite", pontuou.

O cartola ainda relatou que o Flamengo conversa com a CBF sobre a arbitragem a cada semana para tentar promover melhoras.

Segundo Bap, o principal pedido não só do Fla, como também de outros clubes, é por uniformidade de critérios em campo.

"O Flamengo discute e conversa com a CBF todas as segundas-feiras, onde há um foro especificamente em relação à arbitragem. Eu entendo que o maior desafio que a gente tem hoje em termos de arbitragem é a parte de critérios", observou.

"A primeira coisa é: existe um quê de incontrolável neste processo e que a gente tem que tirar a emoção disso. Como é que você faz isso? Com postura, por um lado. E por outra, com o VAR, que chega e diga, 'olha, essa tua decisão não pode ser essa, eu estou vendo uma coisa diferente'", prosseguiu.

"A coordenação entre o VAR e o árbitro de campo é absolutamente fundamental. Não para eliminar esse problema, mas para minimizar os problemas... E esse é um trabalho que eu reconheço que a CBF, por meio da Comissão de Arbitragem, tem tentado fazer", insistiu.

"Mas é um trabalho difícil. Não é simples, não é rápido, não é fácil. E as nossas emoções são todas complexas e imediatas. Então, você precisa fazer esse equilíbrio entre essas coisas", finalizou.

Próximos jogos do Flamengo:

Ler artigo completo