Ausência de MVNO no PGMC limita oportunidades, aponta Vero

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 TeletimeCEO da Vero, Fabiano Ferreira. Imagem: Teletime

O CEO da Vero, Fabiano Ferreira, expressou uma visão crítica sobre a decisão da Anatel de não incluir o mercado de operadoras móveis virtuais (MVNOs) no Plano Geral de Metas de Competição (PGMC).

Em entrevista ao TELETIME em Destaque, realizada durante o Futurecom 2025 em São Paulo na última semana, o executivo afirmou que essa exclusão representa uma oportunidade perdida para o setor e para a economia do País.

A operação móvel da Vero foi lançada no ano passado e já ultrapassou a marca de 250 mil linhas de celular no último mês de agosto. A MVNO da Vero é credenciada da TIM Brasil.

Ferreira destacou que, embora a situação entre a provedora e a TIM não tenha sido alterada, a decisão da Anatel poderia ter aberto "mais oportunidades para colocarmos investimento no móvel". Ele argumentou que a regulamentação também poderia permitir o "uso secundário do espectro", em áreas onde as frequências estão disponíveis, mas não sendo utilizadas pelas grandes operadoras.

O CEO da Vero afirmou ainda que a falta de regulamentação para os MVNOs no PGMC faz com que a economia "gire menos". Ele sugeriu que a infraestrutura, se aberta a esse modelo de negócio, poderia inclusive ser utilizada pelas grandes operadoras no futuro. Na visão de Ferreira, o atual cenário "é tratado como quase uma reserva de mercado".

O executivo ressaltou que, com um ambiente mais competitivo, o consumidor final se beneficiaria de uma "qualidade melhor" do serviço da móvel. "Não que hoje seja ruim, mas poderia ser melhor. O 5G poderia entrar mais rápido na vida das pessoas", comentou.

Apesar da crítica, Ferreira confirmou que a Vero não tem planos de participar de leilões de espectro no momento. A estratégia da companhia, segundo ele, é focar na "aceleração" do modelo que já possui com a TIM, que tem se mostrado um "bom negócio". Ele disse ainda que a Vero estaria atenta a futuras oportunidades, caso elas se tornem "um bom negócio" para a empresa.

Confira, a seguir, a entrevista na íntegra:

B2B e diversificação

A Vero tem apostado na estratégia de diversificação de portfólio para se destacar no mercado de telecomunicações. Para Ferreira, a empresa tem crescido de forma "resiliente" e "sustentável", com o objetivo de gerar mais valor na base de clientes já existente, em vez de focar apenas na aquisição de novos assinantes.

O CEO destacou que o segmento B2B já representa cerca de 15% da receita da companhia. Para alcançar esse resultado, a Vero segmentou sua infraestrutura, separando as redes residenciais das empresariais. Além disso, criou uma unidade de negócios e uma equipe dedicada exclusivamente ao mercado corporativo, que é composta por áreas de vendas, atendimento, marketing e relacionamento comercial.

A diversificação também se reflete no portfólio de serviços. A Vero oferece desde Wi-Fi corporativo e soluções de hardware-as-a-service até serviços de cloud. Segundo Ferreira, o foco da empresa é aumentar o "share of wallet": ou seja, a participação nos gastos do cliente, oferecendo uma gama maior de produtos para os 35 mil clientes empresariais que já possui. A mesma estratégia tem sido aplicada no mercado B2C, com a oferta de serviços móveis, streaming e outros serviços de valor adicional.

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