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A 2wai, startup americana que desenvolve avatares digitais com apoio de inteligência artificial, entrou no centro de uma controvérsia global após viralizar com um vídeo que mostra a recriação virtual de uma mulher já falecida.
A ferramenta permite que usuários gerem versões digitais de parentes mortos por meio de um curto vídeo gravado no celular. O material divulgado pelo ator Calum Worthy no X superou quatro milhões de visualizações e abriu um debate sobre os limites éticos da tecnologia.
O vídeo apresenta uma mulher grávida conversando com uma representação digital de sua mãe morta. Ao longo da narrativa, a avó virtual acompanha o crescimento do neto, lê histórias e interage com a família até o momento em que o personagem, já adulto, anuncia que ela se tornará bisavó. A peça publicitária termina com a mensagem de que poucos minutos de gravação seriam suficientes para preservar essas interações no futuro.
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Worthy, que também é cofundador da empresa ao lado do produtor Russell Geyser, defendeu o projeto ao chamá-lo de “arquivo vivo da humanidade” e ao questionar como seria integrar pessoas mortas ao cotidiano digital das famílias. A reação, porém, foi majoritariamente negativa.
Usuários classificaram a proposta como emocionalmente arriscada e potencialmente prejudicial ao processo de luto. Parte dos comentários também apontou desconforto com a presença constante da avó digital ao lado do neto em diferentes fases da vida.
Críticas a riscos emocionais e uso comercial do luto
A questão rapidamente se estendeu para comparações com “Be Right Back”, episódio de “Black Mirror” em que uma mulher tenta conviver com uma versão artificial do parceiro morto. Para muitos, a aproximação entre ficção e realidade evidencia a necessidade de limites mais claros para o uso de IA em contextos de luto e memória. Segundo a Forbes, vários usuários chamaram o aplicativo de distópico e criticaram a possibilidade de transformar a ausência de alguém querido em um modelo de negócio.
O aplicativo oferece a criação dos chamados HoloAvatars, que podem conversar em tempo real, reproduzir movimentos e falar em diferentes idiomas. A empresa afirma que o avatar é gerado a partir de um vídeo de três minutos, mas não detalha como essa coleta limitada de dados pode sustentar simulações de personalidade ou memória. A falta de explicações reforçou dúvidas sobre privacidade, precisão e consentimento, especialmente no caso de pessoas que não estão mais vivas para autorizar o uso da imagem.
Além das recriações personalizadas, a plataforma disponibiliza personagens históricos e avatares pré configurados. O conjunto de funcionalidades ampliou as críticas sobre o risco de misturar entretenimento, relações afetivas e identidades reais ou póstumas. Comentários nas redes também expressaram preocupação com a possibilidade de dependência emocional, distorção de lembranças e exploração financeira do luto.
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Investimento e expansão
A 2wai afirma que pretende tornar a experiência mais acessível e expandir o uso dos avatares para educação, entretenimento e comunicação.
A empresa já havia informado à Forbes que recebeu cinco milhões de dólares em rodadas iniciais de investimento e mantém colaborações com empresas de tecnologia como British Telecom, IBM e Globe Telecom, sinalizando planos para ampliar seu alcance no mercado.

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