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Felipe Silva
13 de out, 2025, 08:40
Aposentado desde 2020, o ex-lateral Lucas Marques, com passagens por Cruzeiro, Palmeiras e Botafogo, optou por seguir um caminho diferente de antigos companheiros da bola: o de empresário, mas no ramo da moda.
Incentivado pelo irmão Rafael e o amigo Cleber, o mineiro de 37 anos nascido em Passos passou a investir no e-commerce de vestuários. A decisão foi sendo amadurecida desde a época em que o então jogador ainda atuava, estava no Fluminense e passou a fazer vendas para colegas do elenco. Mas foi no Vitória, no ano seguinte, que ele encontrou seu principal cliente: o volante Arouca, ex-Santos e Palmeiras.
“É um novo momento na minha vida. Eu parei com 32 anos, a partir dali eu me desliguei do futebol e me dediquei como empresário no ramo da moda. Meu irmão, que é meu sócio, já tinha uma empresa de e-commerce de vestuário e hoje temos lojas espalhadas nos grandes marketplaces. Quando eu encerro a minha carreira no Figueirense, ele e meu outro sócio já vinham tocando essa empresa. Fiz uma ligação e peço para me ensinarem como funciona, e decidiram abrir mais um braço. Eles já tinham todo esse conhecimento e agora estou há quatro anos junto”, explicou Lucas em entrevista exclusiva à ESPN.
“Quando eles iniciaram esse negócio, eu estava no Fluminense, em 2017. No ano seguinte, eu vou para o Vitória, e eu vendia esses produtos para eles dentro do clube. Começou com shorts tactel de personagens e vendia bem. Um dos meus maiores clientes foi o Arouca. Joguei com ele no Palmeiras, no Vitória e depois no Figueirense, e ele sempre comprava. Então, ‘sem querer’, eu fui entrando. Eu jogava os shorts no vestiário e perguntava quem queria que era só depositar depois”, detalhou.
"Não joguei nada no Cruzeiro!"
Lucas vive um novo momento na vida, acompanhado de muita sinceridade. Nos últimos dias, o ex-jogador viralizou nas redes sociais ao responder de forma surpreendente um torcedor do Cruzeiro – o qual defendeu em 2016 –, que ironizou seu futebol durante a passagem pela Raposa.
"Chegou uma hora que até eu queria estar na arquibancada pra me xingar. Tmj, meu amigo, foi um prazer vestir a camisa do Cruzeiro”, publicou o ex-lateral-direito em seu Instagram.
E o Lucas ‘sincerão’ sobre o tema seguiu no papo com a reportagem.
“Eu só respondi o que eu achava mesmo (risos). Eu acho que não joguei nada no Cruzeiro, essa é a realidade. Eu saí com uma expectativa muito grande. Foi uma troca minha e do Robinho, que estávamos no Palmeiras, com o Fabrício e o Fabiano, que eram do Cruzeiro, uma troca que o Cuca quis fazer na época. Eu cheguei no Cruzeiro e não rendi, essa é a verdade".
“Perguntam para mim: ‘Como você não rendeu?’, já que eu estava jogando bem no Palmeiras, e eu digo que é inexplicável. Treinava bem, cumpria todas as obrigações, tanto é que no final do ano o Abel Braga (técnico do Fluminense à época) liga para o Mano Menezes, que me treinou na seleção e no Cruzeiro, pedindo referências minhas, e aí falou que eu não consegui jogar, mas podia levar. Foi uma indicação do Mano, agradeço muito a ele por ter trabalhado com ele, me levado para seleção e depois me indicado”, seguiu.
Lucas chegou ao clube mineiro com status de grande reforço, mas não correspondeu. O ex-lateral conta que, apesar de ter realizado o sonho de seu avô de ver o neto vestindo a camisa do Cruzeiro, as coisas não aconteceram como o esperado. Ele conta que espera ‘dar o troco’ um dia, agora que está do outro lado.
“Eu tinha essa sensação que o Cruzeiro tinha me escolhido, é o time do meu avô, vou me entregar de corpo e alma, mas infelizmente não deu certo. Teve um torcedor que achei muito engraçado, porque eu comecei a brincar com eles no Instagram, e ele disse: ‘Você está virando um ídolo reverso, não jogou nada, não fez nada, mas é brincalhão e está divertindo a gente’. Qualquer dia desses vou no Mineirão, mas tenho que pegar um jogo que o Cruzeiro não esteja tão bem para poder vaiar igual eles me vaiaram (risos), mas agora eles estão bem demais".
Apelido dado por Neymar
Foi pelo Botafogo que Lucas viveu o auge de sua carreira e chegou a ser convocado para a seleção brasileira para o Superclássico das Américas contra a Argentina. Na seleção, encontrou uma legião de craques do Brasileirão e de quebra ganhou um apelido de Neymar: “Montillo”. A semelhança com o então craque do Cruzeiro foi notada rapidamente pelo ídolo do Santos, que batizou o companheiro logo nas primeiras interações.
“Toda vez que a gente se encontrava na seleção…Eu fiquei com o Carlinhos (lateral-esquerdo) no quarto, e aí a gente descia para comer ou ir para o ônibus e ele sempre falava que eu parecia com o Montillo e se não me engano ele iria jogar também o jogo. Ele sempre falava que eu era igualzinho. Depois, a torcida do Cruzeiro veio falar, aí comecei a analisar e realmente lembrava, mas eu não tinha a habilidade dele, era um craque de bola”, disse Lucas em relação ao meia argentino que jogou muito com a camisa celeste.
Faz o PIX, Loco Abreu
Se tem alguém que deve agradecimentos e o famoso pix a Lucas, caso atuassem juntos nos dias atuais, é o ex-atacante Loco Abreu. No Botafogo, o lateral ficou conhecido por dar diversas assistências ao centroavante uruguaio.
“Fora de campo, ele (Loco Abreu) é um cara fantástico, mas dentro era c* de encrenca. Ele me chamava de ratinho e dizia: ‘P***, como você vai cruzar bola rasteira? Olha o meu tamanho!’. Ele falava para jogar a bola para dentro da área, da maneira que for, que iria chegar atropelando. Quando a bola pegava na cabeça dele não tinha goleiro que segurava. Ele me cobrava muito por causa disso. Nos primeiros jogos, eu fui inventar de cruzar bola rasteira… nunca mais.”

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