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Resumo
- A FCC, equivalente à Anatel dos EUA, divulgou um documento de 163 páginas contendo segredos do iPhone 16e.
- A Apple pediu sigilo das informações em 2024, mas o material traz esquemas elétricos e informações confidenciais, que podem beneficiar concorrentes.
- O órgão ainda não se pronunciou sobre o vazamento, que pode ter resultado de erro humano ou falha no sistema.
A Comissão Federal de Comunicações (FCC, na sigla em inglês) dos Estados Unidos publicou um documento de 163 páginas com esquemas elétricos e confidenciais do iPhone 16e. O arquivo, aparentemente divulgado sem querer, foi descoberto no banco de dados público da agência reguladora nesta segunda-feira (29/09), ignorando um pedido da própria Apple para manter o material em segredo.
O documento em questão, um arquivo PDF técnico, expôs segredos dos modelos A3212, A3408, A3409 e A3410 e foi publicado no site da FCCID, que monitora os registros feitos pelo órgão equivalente à Anatel dos EUA.
Apple pediu sigilo

Além dos esquemas, foi localizada uma carta da Apple, datada de 16 de setembro de 2024, endereçada diretamente à FCC. No ofício, a empresa solicita tratamento confidencial para vários anexos relacionados ao processo de certificação do equipamento.
A companhia justifica o pedido afirmando que os documentos contêm “segredos comerciais e proprietários” que, se divulgados, poderiam fornecer a concorrentes uma “vantagem injusta”.
A carta da Apple distinguia dois níveis de confidencialidade. A empresa solicitou sigilo “por tempo indeterminado” para materiais mais críticos, que não são revelados mesmo após o lançamento do produto. Esta categoria inclui: diagramas de blocos, de esquemáticos elétricos, descrições técnicas, especificações do produto, informações sobre a localização das antenas, procedimentos de ajuste e a descrição de segurança do software.
Um segundo nível, de “confidencialidade de curto prazo”, foi solicitado para outros itens, como fotografias externas e internas do dispositivo, imagens da configuração de teste e manual do usuário. Para estes, a Apple solicitou um sigilo de 180 dias após a data da concessão da autorização do equipamento, um procedimento padrão que visa proteger a aparência e funcionalidades do produto até o seu anúncio oficial.
Vale mencionar que o processo de certificação junto à FCC é uma etapa obrigatória para qualquer dispositivo com capacidade de comunicação sem fio, como Wi-Fi e redes celulares, antes que possa ser comercializado no mercado norte-americano.
A agência avalia, por exemplo, se o hardware cumpre as normas de radiofrequência e segurança. Para isso, as fabricantes são obrigadas a submeter documentação técnica aprofundada.
“Mapa do tesouro”

Segundo o Apple Inside, o vazamento dos esquemas elétricos representa a falha mais grave. Para o consumidor final, os esquemas possuem pouca ou nenhuma utilidade. No entanto, para concorrentes no setor de tecnologia e fabricantes de smartphones, o documento funciona como um “mapa do tesouro” da engenharia da Apple.
A posse desses esquemas pode permitir que rivais estudem as soluções de design da Apple, acelerando o desenvolvimento de produtos. O vazamento também expõe inovações patenteadas e pode até abrir caminho para disputas legais sobre propriedade intelectual.
Até o momento, a FCC não emitiu nenhum comunicado oficial sobre a divulgação aparentemente indevida nem removeu o arquivo de seu banco de dados público.
A causa provável para o incidente é falha humana ou configuração incorreta no sistema de gerenciamento de documentos da agência. Não há indícios de que a publicação tenha sido uma ação intencional.