Ajuda humanitária começa a entrar em Gaza após cessar-fogo

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Imagem ilustrativa da notícia Ajuda humanitária começa a entrar em Gaza após cessar-fogo camera Longas filas de caminhões com mantimentos se formam na passagem de Rafah, na fronteira com o Egito. | Reprodução/Redes sociais

No horizonte da Faixa de Gaza, o silêncio entrecortado por caminhões de ajuda humanitária traz um alívio momentâneo, mas as ruas carregam marcas profundas de uma guerra que deixou famílias sem lar. Entre escombros e tendas improvisadas, a vida tenta se reorganizar, enquanto a esperança e a desconfiança caminham lado a lado.

Caminhões com mantimentos começaram a entrar em Gaza neste domingo (12), após a implementação do novo cessar-fogo entre Israel e Hamas, que entrou em vigor na última sexta-feira (10). A autorização para o envio da ajuda humanitária veio junto com a confirmação de que os reféns israelenses devem começar a ser libertados nesta segunda-feira (13).

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RETORNO PARA CASA EM MEIO AOS ESCOMBROS

Segundo a agência militar israelense Cogat, a expectativa é que 600 caminhões com suprimentos entrem no território palestino diariamente a partir deste domingo. Deslocados pelo conflito, muitos palestinos começaram a retornar às suas casas, embora encontrem apenas ruínas.

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"Todos temem que a guerra volte. As pessoas roubam a ajuda e a guardam em suas casas", declarou Mahmud al Muzain à agência AFP, mostrando a desconfiança presente entre os moradores.

"SENTIA FALTA DO CHEIRO DO MEU LAR"

Fatima Salem, de 38 anos, também sentiu o choque da devastação ao voltar para sua casa. "Meus olhos procuravam os pontos de referência que eu havia perdido, mas nada parecia igual; nem mesmo as casas dos vizinhos estavam lá. Apesar do cansaço e do medo, senti que estava de volta ao meu lugar seguro. Sentia falta do cheiro do meu lar, embora agora sejam apenas escombros. Vamos montar uma barraca ao lado e esperar que seja reconstruído", disse Fatima.

NEGOCIAÇÕES PROSSEGUEM

Enquanto a ajuda humanitária chega, os mediadores enfrentam o desafio de transformar o cessar-fogo em uma solução política de longo prazo. "O Hamas aceita uma trégua de longo prazo e que suas armas não sejam utilizadas em hipótese alguma durante esse período, exceto em caso de ataque israelense contra Gaza", afirmou uma fonte do grupo próxima à equipe negociadora à AFP.

O conflito começou em outubro de 2023, após um ataque do Hamas que resultou na morte de 1.219 pessoas em Israel, em sua maioria civis. Naquele episódio, 251 pessoas foram capturadas pelo grupo, das quais 47 ainda permanecem em Gaza. Netanyahu afirmou na sexta-feira que 20 estão vivas e 28 morreram em cativeiro.

MULHERES E CRIANÇAS

A resposta militar israelense provocou um número ainda maior de vítimas: pelo menos 67.682 pessoas morreram em Gaza, segundo dados do Ministério da Saúde local, considerados confiáveis pela ONU. Mais da metade das vítimas são mulheres e crianças, embora os números não distingam combatentes de civis.

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