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Nos últimos cinco anos, o Brasil acumula saldo negativo de estações rádio base (ERBs) para tecnologias de telefonia móvel anteriores ao 5G. Na atualidade, há 131 antenas a menos para serviços 2G, 3G e 4G em operação do que em 2020, indica levantamento da Associação Brasileira de Infraestrutura para Telecomunicações (Abrintel).
No mesmo período, o número de ERBs 5G saltou de zero para quase 50 mil. O serviço de quinta geração móvel já alcança 1.123 cidades e é utilizado por mais de 50,5 milhões de usuários.
Segundo a Abrintel, uma das causas para a diminuição de antenas de tecnologias legadas é a saída da Oi Móvel do mercado. A antiga operadora contava com 11.116 ERBs 4G, mas, após a venda do serviço celular para as concorrentes, houve queda de 3 pontos percentuais na cobertura do 4G em todo o Brasil.
A entidade alerta que a diminuição de sites de gerações anteriores ao 5G prejudica a cobertura de sinal no território brasileiro, tendo em vista que 67,8% dos 267 milhões de acessos móveis ainda funcionam em 4G.
Necessidade de expansão do 4G
A Abrintel cita que a Alemanha, após o desligamento do 3G, em 2022, seguiu expandindo a infraestrutura 4G. O país europeu conta com 88.373 ERBs de quarta geração – uma para cada 951 habitantes, cobrindo apenas 4 km² em média.
Já o Brasil tem, atualmente, 93.614 antenas 4G, quantidade que equivale a uma estação para cada 2.168 habitantes, com cada uma cobrindo, em média, 91 km².
"Ao invés de uma expansão real, acompanhamos o enxugamento da rede nos últimos anos", afirma Luciano Stutz, presidente Abrintel.
"Vemos que, em países desenvolvidos que desligaram o 3G, o 4G segue como o carro-chefe da cobertura ampla, cobrindo estradas, pequenas cidades e áreas remotas, o que é algo de extrema importância em um país de dimensões continentais, como é o Brasil", complementa.
Na avaliação da associação, o Brasil precisa de políticas publicas que fomentem a expansão e o investimento nas redes móveis, com o objetivo de garantir o funcionamento dos serviços legados e a expansão do 4G, cujo alcance de sinal é mais amplo do que o 5G, em função de contar com frequências mais baixas.
"Ignorar o 3G e o 4G significa criar bolhas de 5G em grandes cidades ou áreas urbanas e desertos de conectividade no resto do País, criando um abismo digital ainda maior entre os grandes centros e as áreas periféricas do Brasil", destaca Stutz.